Brasil é o quinto país mais atrativo para investimentos
05/10/07
Segundo pesquisa da Unctad feita com 192 multinacionais, o Brasil só está atrás da Índia, China, Estados Unidos e Rússia na lista dos países mais atrativos para investimentos estrangeiros diretos. O estudo mostra também que o fluxo mundial de IED deverá crescer nos próximos anos. São Paulo ? O Brasil está em quinto lugar entre os países mais atrativos para os investimentos estrangeiros diretos (IED), atrás apenas da China, Índia, Estados Unidos e Rússia. O dado consta de uma pesquisa divulgada ontem (04) pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), feita com 192 das maiores companhias transnacionais do mundo. Além do Brasil, só o México, entre as nações latino-americanas, aparece na lista dos 10 destinos mais atraentes, na nona posição. Outros países da região aparecem bem mais atrás, como a Argentina, em 29° lugar, Venezuela, em 31°, Chile, em 37°, e Peru, em 40°. De acordo com o estudo, o tamanho e o crescimento do mercado e o acesso a recursos naturais foram os fatores mais citados pelas empresas para justificar os investimentos na América Latina. Embora a pesquisa trate de previsões de investimentos até 2009, no caso do Brasil o crescimento do fluxo já está ocorrendo. Segundo dados preliminares do Banco Central, US$ 24,2 bilhões em IED entraram no país entre janeiro e agosto de 2007, valor que já superou o total de ingressos do ano passado, que ficou em US$ 22,7 bilhões. De acordo com o BC, neste período os recursos aplicados no Brasil vieram principalmente da Holanda, Estados Unidos, Luxemburgo, Espanha e Alemanha. Os setores que mais atraíram investimentos foram os de metalurgia básica e siderurgia, intermediação financeira, mineração de metais, serviços prestados a empresas, comércio, indústria química, fabricação de coque, petróleo, combustíveis e álcool, construção, indústria alimentícia e de bebidas e fornecimento de eletricidade, gás e água quente. Crescimento generalizado De modo geral, a Pesquisa de Perspectivas de Investimentos Mundiais 2007-2009, da Unctad, revela que o fluxo internacional de IED deverá crescer neste período, apesar da existência de preocupações com a instabilidade financeira em escala global e do protecionismo praticado em alguns países. Segundo a Unctad, mais de dois terços das multinacionais que responderam a pesquisa pretendem ampliar seus investimentos externos até 2009. Este desempenho deverá ocorrer em praticamente todos os setores e países sedes das multinacionais por causa do crescimento da economia mundial, da alta rentabilidade e da oferta de crédito no mercado internacional. Nas nações em desenvolvimento as maneiras mais comuns de ingresso serão os aportes em novos empreendimentos, chamados de “greenfield”, ao passo que nos países desenvolvidos os recursos deverão entrar majoritariamente por meio de fusões e aquisições. A Unctad informa que o acesso a mercados grandes e em crescimento foi citado por mais da metade das empresas como principal fator de realização de IED, seguido pelo acesso a recursos, especialmente mão-de-obra qualificada. Muitas companhias também citaram o acesso a mão-de-obra barata como motivador dos investimentos. De acordo com o estudo, quase metade das empresas consultadas planeja ampliar suas operações de pesquisa no exterior. Regiões As regiões mais atrativas para as multinacionais são, nesta ordem, Sudeste e Sul da Ásia, América do Norte, União Européia, novos países da UE, outros países desenvolvidos, América Latina, outros países europeus, Europa do Sul, do Leste e Comunidade de Estados Independentes (ex-União Soviética), Oriente Médio, Norte da África e África subsaariana. No que diz respeito ao Oriente Médio, 32% das companhias pesquisadas prevêem ampliar seus investimentos na região, sendo que o crescimento do mercado e o acesso aos recursos naturais foram os fatores mais citados como motivadores dos negócios. Já África está atrás no ranking das regiões mais atrativas. A maioria das empresas que pretende investir no continente está atrás de recursos naturais, mercados locais, e, no caso do Norte da África, também da mão-de-obra barata e do acesso a mercados internacionais.
A Unctad destaca, porém, que existem importantes oportunidades de investimentos no continente e que já houve um crescimento do fluxo de recursos para o Norte da África, principalmente por causa do direcionamento dos investimentos de países do Golfo Arábico, que antes iam para os Estados Unidos e agora estão sendo aplicados no próprio mundo árabe, especialmente em projetos imobiliários e de infra-estrutura. Outros atrativos da região são as privatizações e atividades industriais exportadoras, principalmente no Egito, Marrocos e Tunísia, com vistas a atingir os mercados da Europa e do Oriente Médio. Estes três países têm acordos comerciais com a União Européia e outras nações árabes. Na lista dos destinos mais atrativos para os investimentos o Egito aparece em 25° lugar, os Emirados Árabes Unidos em 26°, o Marrocos em 30° e a Arábia Saudita em 36°.
Anba