Brasil e Canadá buscam avançar na cooperação em mineração e em energia renovável em encontro no IBRAM
26/08/25
O evento realizado em Brasília (DF) reuniu autoridades do setor público e privado de ambos os países para debater futuros acordos comerciais no setor mineral.
Em mais uma iniciativa para fortalecer a mineração e impulsionar oportunidades de investimentos e negócios no setor, o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) sediou, na última segunda-feira (25), um encontro com autoridades e representantes do governo canadense, entre eles, o ministro da Promoção das Exportações, Comércio Internacional e Desenvolvimento Econômico, Maninder Sidhu, e o embaixador do Canadá no Brasil, Emmanuel Kamarianakis. Também participou do encontro a secretária de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia (MME), Ana Paula Bittencourt, que representou o ministro Alexandre Silveira. Raul Jungmann, diretor-presidente do IBRAM, conduziu o encontro.
O foco das apresentações e debates foi a promoção da cooperação bilateral entre Brasil e Canadá na agenda de minerais críticos e estratégicos, fundamentais para a transição energética global, entre outras finalidades. Além de destacar o papel da mineração como solução para os desafios climáticos, a programação também promoveu o intercâmbio entre representantes de 50 instituições públicas, associações e empresas de mineração dos dois países.
Para Raul Jungmann, o encontro representa uma oportunidade de aprofundar a relação entre Brasil e Canadá. Ele destacou que as trajetórias distintas, mas complementares, das duas nações “tornam a parceria ainda mais estratégica no cenário atual”, em que as nações demonstram crescente interesse no acesso aos minerais críticos e estratégicos. Jungmann ressaltou que a iniciativa pode marcar o início de “uma cooperação mais estruturada, baseada no intercâmbio de tecnologias, boas práticas regulatórias, ambientais e sociais”. Segundo ele, o objetivo é gerar frutos concretos e contribuir para um setor mineral mais competitivo globalmente. Jungmann também destacou que os minerais críticos e estratégicos são essenciais não apenas para a transição para a energia limpa, mas também para garantir a segurança alimentar, avanços tecnológicos, defesa nacional e diversas outras áreas estratégicas.

Raul Jungmann, Emmanuel Kamarianakis e Maninder Sidhu – crédito: Milca Santosd
A secretária do MME, Ana Paula Bittencourt, reforçou o compromisso do governo brasileiro com a nova política nacional para minerais estratégicos. Segundo ela, a prioridade é diversificar o portfólio mineral do país, indo além das commodities tradicionais e promovendo a entrada de novos agentes na cadeia produtiva. Ela destacou que a meta é criar um ambiente mais competitivo, com geração de empregos, renda e novas oportunidades, e que o Canadá tem muito a contribuir nesse processo.
O embaixador Emmanuel Kamarianakis afirmou que a prioridade do Canadá é desenvolver parcerias que gerem resultados concretos para ambos os lados. Ele destacou que o momento atual é propício para acelerar iniciativas e superar gargalos que ainda dificultam uma cooperação mais saudável e escalável entre os países.

François Jubinville, Cônsul-Geral do Canadá no Rio de Janeiro o e Ana Paula Bittencourt – crédito: Milca Santos
Já o ministro Maninder Sidhu ressaltou que Brasil e Canadá compartilham uma relação de longa data, baseada em valores como sustentabilidade e inovação. Destacou ainda a presença de mais de 40 empresas canadenses atuando no setor mineral brasileiro e os investimentos de empresas brasileiras da mineração no Canadá, como exemplo de confiança mútua. Durante sua visita a Brasília, o ministro afirmou que é essencial manter o diálogo, ouvir as partes envolvidas e identificar desafios e oportunidades em um cenário global de transformação e incerteza.

Raul Jungmann e Maninder Sidhu – crédito: Milca Santos