Bom senso vai definir mudanças na lei, diz Minc
14/01/09
BRASÍLIA – Um dia depois de criticar o ministro da Agricultura, Reinholds Stephanes, por encerrar o grupo de trabalho que vinha tratando de mudanças no Código Florestal, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse ontem que acredita no ?bom senso? para dar continuidade às negociações.
O grupo, que além dos dois ministérios, reunia parlamentares ambientalistas e representantes do agronegócio, passou por três rodadas de negociação. Em dezembro, organizações não-governamentais ambientalistas (ONGs) deixaram as discussões diante da proposta da Agricultura de reduzir áreas de conservação. Em seguida, Stephanes decidiu extinguir o colegiado.
?Houve problemas na negociação, mas espero que sejam superados, porque há mais de 20 projetos na Câmara sobre esse assunto e ninguém tem maioria para aprovar ou desaprovar esse projeto. Tenho certeza que o bom senso vai prevalecer?, avaliou Minc. De acordo com o ministro, os ambientalistas estão dispostos a negociar alguns pontos com os ruralistas, que viabilizariam a modernização da agricultura sem ?afrouxar? a preservação de áreas de preservação ambiental.
Minc garantiu que, apesar das divergências públicas, tem ?um bom diálogo? com Stephanes. ?Já fizemos tantos acordos. Esse é um pouco mais difícil, mas vai acabar saindo também.?
Amazônia
Ainda ontem, Minc teria um encontro com o ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, para discutir o andamento do Plano Amazônia Sustentável (PAS). Lançado em abril de 2008, sob a coordenação de Mangabeira, o PAS ainda não ?deslanchou?, na avaliação de Minc.
?O objetivo do encontro com Mangabeira é agilizar o PAS. O Brasil assumiu compromissos internacionais de redução de desmatamento e agora tem de dar conta do recado. Mas sei que o PAS é um plano complexo? disse Minc. Em dezembro, o ministro já havia criticado o andamento do PAS, que considerou ?travado?.
Ele falou sobre o assunto pouco depois de apresentar alguns miniprogramas televisivos a respeito de espécies ameaçadas de extinção, que serão transmitidas a partir do dia 17 de janeiro nos intervalos do canal a cabo TV Rá Tim Bum. Dentro de três meses as inserções também serão transmitidas pela TV Cultura, em canal aberto.
Gazeta do Povo