Bolívia considera adiar segunda nacionalização da mineração
31/10/06
LA PAZ – O governo boliviano disse nesta segunda-feira que considera a possibilidade de adiar por uma semana o lançamento de uma “segunda nacionalização” do setor de mineração, que estava anunciada para terça-feira.
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O possível adiamento foi anunciado após várias horas de rumores sobre supostas divergências dentro do governo e anúncios de manifestações “antinacionalização” de trabalhadores do setor privado de mineração em contraste com a comemoração generalizada com a nacionalização do setor de hidrocarbonetos.
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“Se está trabalhando no tema e se está vendo as conveniências de fazê-lo agora ou na semana que vem (…) em questão de horas uma decisão será tomada”, disse o vice-presidente Alvaro García Linera, após se reunir com o presidente boliviano, Evo Morales.
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García disse, sem dar maiores detalhes, que o plano do governo para a mineração dará prioridade ao fortalecimento da estatal de mineração Comibol em toda a cadeia produtiva. “O sistema de produção mineira privada, desde que seja legal e cumpra todas as regras e suas obrigações, tem todo o nosso apoio e respeito do governo”, disse.
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A apresentação da nova política de mineração estava prevista como ato central de recordação da primeira nacionalização do setor, decretada em 31 de outubro de 1953. Mas as dúvidas sobre a “segunda nacionalização” cresceram depois que o ministro da Mineração, Guillermo Dalence, cancelou uma entrevista coletiva na qual adiantaria detalhes do plano.
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No poder desde janeiro, o governo Morales propôs retomar o controle dos recursos naturais e “refundar” estatais como a petrolífera YPFB e a mineradora Comibol.
Reuters