BNDES vê novo ciclo de aportes em setores de insumos básicos
19/07/07
Um novo ciclo de investimentos em segmentos de insumos básicos, como petroquímica, metalurgia e mineração, deve assegurar a expansão da economia brasileira e manter a taxa de investimento em trajetória ascendente, possivelmente acima de 18% em 2007. O cenário foi desenhado pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho. Em 2006, a taxa de investimento ficou em 17,6%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O otimismo de Coutinho se baseia nos números que a instituição por ele presidida divulgou ontem. No primeiro semestre de 2007, os desembolsos do BNDES somaram R$ 24,7 bilhões, 35,3% mais que os R$ 18,2 bilhões registrados nos primeiros seis meses de 2006. As aprovações apresentaram crescimento ainda maior, indo de R$ 26,2 bilhões para R$ 40,2 bilhões no período, crescimento de 53,2%. Num perspectiva de maior longo prazo, considerando os últimos 12 meses, os desembolsos cresceram 30%, totalizando R$ 58,7 bilhões, e as aprovações, 53% (R$ 88,3 bilhões). “Esse descolamento entre aprovações e desembolsos mostra que muitos investimentos ainda não começaram e que devem ser iniciados no segundo semestre”, disse Coutinho, referindo-se à diferença de ritmo de crescimento entre as duas fases por quais passam a concessão de crédito do BNDES. Depois de aprovadas, as operações são contratadas e, aí sim, ocorre o desembolso ao longo do período de implantação do projeto em questão. Em termos absolutos, o segmento de transportes terrestres liderou as liberações no primeiro semestre, com R$ 4,3 bilhões. O maior crescimento na comparação com igual período no ano passado, porém, foi da metalurgia e da química/petroquímica. Os desembolsos para a primeira cresceram 521% em valores, alcançando R$ 2,6 bilhões. No segundo caso, o crescimento foi de 183%, totalizando R$ 1,2 bilhão. Na maior parte dos casos, os projetos são de novas plantas, não apenas aquisição de maquinas e equipamentos. Coutinho enfatizou que, apesar desses setores estarem liderando os financiamentos, percebe-se um crescimento de demanda por crédito generalizado, com poucas exceções como papel e celulose, que apresentou queda de 34,3% nos desembolsos no semestre. A razão para a queda é que o setor está encerrando um ciclo de crescimento vivido nos últimos três anos. Um setor em que se espera um salto de investimentos é o automobilístico. Segundo Coutinho, não há projetos de novas fábricas em análise no banco, mas há conversas informais com algumas montadoras. O BNDES prepara ao lado do governo federal um pacote de incentivos para impulsionar o segmento.
DCI