Barro Alto vira uma mina de negócios
03/03/08
Além das centenas de empregos oferecidos pelas empreiteiras do Projeto Barro Alto, também surgem oportunidades de negócios para dezenas de empreendedores, dentro da própria obra como na cidade de Barro Alto e até de Goianésia. Moisés de Carvalho Alves vislumbrou a chance de abrir o próprio negócio dentro da área onde está sendo construída a usina de minério, em Barro Alto.
Diariamente, seus sete empregados fazem, em média, 500 salgadinhos e preparam café são gastos oito quilos de pó de café todos os dias. Nos fins de semana, quando a obra está parada, ele vende cerca de 480 latas de cerveja e refrigerantes. “Aqui dentro do projeto é uma verdadeira cidade. Tudo é exagerado e ficará ainda maior com a chegada dos outros 2 mil trabalhadores, a partir de outubro”, prevê Moisés Alves.
Acreditando no futuro e no desenvolvimento de sua própria terra, Aparecida Duarte adiou o sonho de ir morar na França e investiu as economias de R$ 7 mil na abertura de uma loja de roupas e acessórios, a Alto Astral Modas. “Estou confiante no meu próprio negócio”, afirma. Osias Gonçalves dos Santos foi outro que mudou o rumo de sua vida quando tomou conhecimento que a Anglo American ia investir US$ 1,5 bilhão em Barro Alto. Morador de Brasília, Osias dos Santos trabalha, há 47 anos, no ramo de farmácia e sempre gostou de visitar amigos em Barro Alto. Há um ano, decidiu transferir seu negócio para a cidade e afirma que se deu bem, apesar de sua renda ter caído em cerca de 20% e de estar pagando R$ 750,00 pelo aluguel de uma casa modesta. “A entrada de dinheiro caiu lá em casa, mas melhorou, em muito, minha qualidade de vida”, afirma. Mas Osias espera recuperar o investimento a curto prazo. Recentemente, ele inaugurou uma segunda loja.
AplausosO empresário Antônio Aparecido é outro que contabiliza os lucros advindos com a chegada da Anglo American, em Barro Alto. Durante 15 anos ele teve um pequeno restaurante na Avenida Goiás, que servia em média 30 refeições por dia. No último ano, se viu forçado a mudar de endereço para expandir, já que agora serve mais de 300 refeições diariamente. O número de empregados aumentou de 5 para 20, além de contar com o apoio da mulher e de três filhos. Sua renda com o negócio também cresceu. Tanto que, nos últimos meses, reformou a casa da família e adquiriu uma chácara às margens do Rio Maranhão.
Sebastião Rabelo, conhecido como Two, dono do bar mais famoso da cidade, admite que o movimento cresceu muito, embora nos últimos meses tenha diminuído porque os trabalhadores estão agora alojados no local da obra. Mesmo assim, ele vende mensalmente cerca de 210 caixas de cerveja em garrafa, ou seja, 5.040 garrafas, e ainda concorre com outros três bares vizinhos. Em fevereiro do ano passado, o Bar do Two vendia 130 caixas de cerveja por mês.
A gerente da Ellus Magazine, Iraci Araújo Aragão Rabelo, confirma: as vendas cresceram muito nos últimos meses e agora são sempre à vista, já que não é mais possível conhecer todos os clientes, em função das centenas de pessoas que chegaram de outras cidades para trabalhar em Barro Alto.
Aproveitando a grande demanda de consumidores, um grupo de 12 feirantes da Feira Hippie de Goiânia se desloca para Barro Alto, todos os meses. Por três dias, durante a semana, eles armam suas barracas na praça para comercializar seus produtos, principalmente roupas, calçados e acessórios. Cliente é o que não falta.
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