Barro Alto 3: Valorização garantida
09/01/07
Preço do níquel quintuplicou desde 2001 e, segundo especialistas, deve subir ainda mais. País produz 55 mil toneladas do minério ao ano
Luciano Pires Enviado especial
Cadu Gomes/CB
Fundição de níquel: produção chegará a 150 mil toneladas em 2011
Barro Alto (GO) ? Entre 2001 e 2006, o preço médio da tonelada de níquel saltou de US$ 6 mil para US$ 32 mil. Resultado de uma demanda internacional insaciável ? puxada especialmente pelo apetite da China ?, o metal iniciou 2007 valorizado nas principais bolsas de apostas e não dá mostras de que perderá fôlego tão cedo. Apesar do incrível histórico de ganhos, especialistas e investidores acreditam que o teto ainda está longe de ser definido. Paulo Camillo Penna, presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), explica que o minério ganha cada vez mais relevância comercial na medida em que a indústria encontra novas e sofisticadas utilizações para ele. Essa grande procura é uma espécie de combustível para as pesquisas e os investimentos realizados no Brasil e em outros países. ?O níquel é estratégico porque está integrado a todos os setores?, diz. ?A nossa expectativa é que, no mínimo, os preços mundiais se mantenham elevados este ano, mas não descartamos aumentos na cotação?, completa. A produção brasileira é de 55 mil toneladas ao ano. Em 2011, as previsões mais conservadoras indicam que o volume alcançará 150 mil toneladas. A Rússia é o maior produtor e o Canadá aparece em segundo. O Brasil oscila entre a oitava e a décima posições, mas com boas perspectivas de ganhar espaço e ultrapassar concorrentes. ?O país não é emergente. Já é uma potência nesse setor. A mineração responde por cerca de US$ 11 bilhões do saldo total da balança comercial (a diferença entre importações e exportações, em 2006, ficou positiva em US$ 46,077 bilhões)?, reforça Camillo. As reservas mundiais de níquel estão concentradas na Austrália, em Cuba e no Canadá. Os três países juntos respondem por 46% de todo o estoque in natura conhecido. Brasil, Colômbia China, Grécia, Indonésia,Nova Caledônia (Oceania), África do Sul e Rússia completam o ranking. As recentes aquisições feitas pela Vale do Rio Doce e os projetos em andamento tocados pela Votorantim e pela própria Anglo American colocam o Brasil no centro desse mercado. O níquel está presente no subsolo de vários estados brasileiros. Goiás (74,0%), Pará (16,7%), Minas Gerais (5,1%) e Piauí (4,2%) são as maiores fontes do minério, embora a pesquisa e a exploração estejam em fases distintas em cada uma deles. Em Mato Grosso, há estudos que tentam comprovar a viabilidade econômica da extração do metal. A produção brasileira segue quase toda para o exterior. O pouco que fica para o consumo interno abastece as indústrias de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Correio Braziliense