Baosteel avalia montar usina no Espírito Santo
18/07/07
O governo do Maranhão ainda não recebeu nenhum comunicado oficial por parte da Baosteel sobre a desistência dos chineses de construir uma siderúrgica com investimento de US$ 4 bilhões no Estado. Ontem, a siderúrgica firmou em Xangai protocolo de intenções com o governo do Espírito Santo para construção de uma usina de placas de 5 milhões de toneladas. O secretário capixaba de desenvolvimento, Guilherme Dias, foi à China com o diretor-executivo de planejamento e desenvolvimento de negócios da Companhia Vale do Rio Doce, Guilherme Stoliar. Sérgio Guimarães, superintendente do departamento de mineração e metalurgia da Secretaria da Indústria e Comércio do Maranhão, disse que no momento o governo maranhense negocia um acordo com a Universidade de São Paulo (USP) para desenvolver um estudo sobre os impactos sociais, ambientais e econômicos da instalação da siderúrgica na ilha de São Luís ou no continente, no município de Bacabeira, a cerca de 50 quilômetros da capital. O estudo da USP deve ficar pronto em 90 dias a contar de sua contratação. Quando o trabalho estiver pronto, o Estado pretende retomar os contatos com os chineses, com quem se reuniram, pela última vez, em maio, em São Paulo. “As discussões com a Baosteel estão em compasso de espera”, disse Guimarães. Segundo ele, os chineses disseram ao governo do Estado que iriam avaliar a mudança do projeto para Bacabeira. Originalmente a Baosteel e a Vale do Rio Doce tinham intenção de instalar a usina em área próxima ao porto e à malha da Estrada de Ferro de Carajás (EFC), na ilha. Houve pressão de grupos de ambientalistas e do Ministério Público, o que ajudou a emperrar o projeto. A usina teria capacidade de produzir 7,5 milhões de toneladas de aço por ano e exigiria investimentos de US$ 4 bilhões. Guimarães afirmou que o estudo da USP será realizado independente da decisão da Baosteel de investir no Maranhão. “A Baosteel é um ótimo parceiro, mas há outros grupos eventualmente interessados em investir em siderurgia no estado em parceria com a Vale.” O representante do governo do Maranhão não ignora que os chineses estão em tratativas com o Espírito Santo. Ontem, Guilherme Dias, depois de assinar protocolo de intenções com o vice-presidente da Baosteel, Zhao Kein, disse que o acordo com os chineses seria o primeiro passo para a construção de uma siderúrgica no Estado, no novo pólo industrial de Anchieta.
Valor Econômico