Banco Mercedes tem concessão recorde
03/08/07
O volume recorde atingido pelo Banco Mercedes-Benz mostra o vigor do mercado de financiamento de veículos. A instituição registrou no mês de junho o maior volume já liberado nos onze anos de história da empresa no Brasil, R$ 237,2 milhões. Com isso, o montante concedido no primeiro semestre totaliza R$ 915,9 milhões, volume 33% superior ao registrado nos primeiros seis meses do ano passado. Para o diretor comercial do banco, Xavier Accariès, julho foi tão bom quanto o mês anterior e agosto deve repetir o desempenho. “No início do ano, prevíamos um total de R$ 1,6 bilhão, mas já admitimos atingir R$ 2 bilhões em concessão no ano.” O banco, que atende basicamente o segmento de veículos comerciais (caminhões, ônibus e vans), registrou forte procura principalmente de empresas de mineração e de agronegócios. Assim, o arrendamento mercantil foi a modalidade com maior crescimento, 105% no semestre, para R$ 373,4 milhões. O Finame respondeu por R$ 490,6 milhões no período, aumento de 42%. Com isso, o saldo da carteira atingiu R$ 3,1 bilhões, em junho, 15% acima do patamar do mesmo mês do ano passado. Desse total, o Finame responde por 53%, o Leasing, 36% e o Crédito Direto ao Consumidor (CDC), que vêm perdendo espaço entre as empresas, 11%. O presidente da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), Luiz Montenegro, diz que o financiamento de veículos está num período bastante positivo e prevê que o volume concedido neste ano possa chegar ao patamar recorde de R$ 65 bilhões. Segundo dados do Banco Central, os novos contratos liberados nos seis primeiros meses do ano totalizam R$ 30,7 bilhões, volume 24% superior ao mesmo período do ano passado. O diretor do Mercedes ressalta, no entanto, que o crescimento acelerado traz o efeito negativo de comprimir as margens das instituições. “Com a concorrência atraindo muitos bancos, fatalmente as margens ficam um pouco pressionadas”, diz. De fato, desde o início do ano, o spread (diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa cobrada dos clientes) caiu 1,5 ponto percentual, passando de 20,3 para 18,8, em junho, a menor entre as taxas para pessoas físicas. Como os bancos de montadores não possuem uma carteira diversificada como os bancos múltiplos, uma queda impacta diretamente o resultado. Por outro lado, esta operação é a que apresenta o menor riscos às instituições, com a taxa de inadimplência em 3,2%.
Valor Econômico