Balança no 0 a 0 com alta menor
14/01/11
SE PREÇO DE COMMODITIES SUBISSE 10 PONTOS MENOS, SALDO DE 2010 SUMIRIA
Se os preços das commodities subissem, em média, 10 pontos percentuais a menos ano passado, a balança comercial do Brasil fecharia 2010 com saldo zero. O cálculo é do vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.
“Se os preços dos produtos primários tivessem apenas acompanhado a inflação média mundial, muitos países teriam quebrado. Alguns, como o Brasil, teriam de colocar os juros nas alturas para atrair capital e fechar o balanço de pagamentos”, completou.
O dirigente da AEB lembrou que o fenômeno não ocorreu apenas ano passado: “Há muito tempo as commodities sobem acima da inflação. No caso do Brasil, com crédito farto e abertura para importações, a situação seria ainda mais grave em 2010.”
Ao mesmo tempo, se a inflação dos básicos acompanhasse a variação média dos preços, Castro calcula que, com o câmbio no atual estágio de valorização, nem algumas commodities, como o milho, teriam competitividade no comércio internacional.
Em 2010, as exportações de apenas cinco commodities – minério de ferro, petróleo bruto, soja, açúcar e complexo carnes – responderam por 43,4% do valor total das exportações do Brasil. Em 2004, essa fatia era de 27%. O peso do minério de ferro saltou, nesse período, de 5% para 14%.
A valorização dos produtos básicos tem sido puxada não apenas pelo aumento do consumo mundial, sobretudo na Ásia. É grande o peso da especulação. Este ano, segundo o vice-presidente da AEB, a soja também ajudará a salvar a balança comercial brasileira.
“A inflação da soja, de janeiro a novembro, foi de apenas 8% em 2010, mas, para este ano é esperado aumento de pelo menos 40%”, avisou.
A parcela do complexo soja na pauta de exportações representou 8,5% do total, em 2010, contra 11,3% no ano anterior.
Monitor Mercantil