Balança comercial do Pará fecha 2008 com crescimento acumulado de 31%
20/01/09
A Balança Comercial Paraense encerrou 2008 superavitária. O saldo comercial fechou com crescimento acumulado de 31,14%. As exportações aumentaram 34,77%. Já a alta nas importações foi de 58,22%. Ou seja, o Estado ficou acima da média nacional, que registrou aumento de 23,21% nas exportações e 43,59% nas importações. Porém, nos três últimos meses o Estado apresentou queda nas vendas externas.
Os dados consolidados de janeiro a dezembro do ano passado foram divulgados ontem pelo Centro Internacional de Negócios (CIN), da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa). As exportações alcançaram US$ 10,68 bilhões. Os produtos minerais (que representam 85,15% de tudo que é exportado) e os não-tradicionais (que representam 4,11% no total exportado) se mantiveram em alta de 42,57% e 48,09%, respectivamente. O setor mineral faturou US$ 9,094 bilhões em operações de comércio exterior, enquanto os não-tradicionais atingiram cerca de US$ 439,48 milhões em exportação.
Os produtos tradicionais, que têm participação de 9,75% no total da pauta de exportação, encerraram 2008 com queda na exportação em relação ao ano de 2007 (-11,4%). Entre eles está a produção do setor madeireiro, que exportou US$ 631,24 milhões (-20,38%), de peixes, com US$ 18,64 milhões (-35,90%), de couros e peles, com US$ 15,07 milhões (-60,18%), de castanha do Brasil, com US$ 8,31 milhões (-37,61%) e de papel, com US$ 2,55 milhões (-32,97%).
Os dados divulgados pelo CIN não trazem muitas surpresas. O Estado do Pará terminou 2008 na mesma posição que ocupou ao longo de todo o ano. Ou seja, ficou em 17° lugar na classificação por valor importado (US$ 1,01 bilhão), em sexto lugar na classificação por valor exportado (US$ 10,68 bilhões) e em segundo lugar na classificação pelo saldo da balança comercial (US$ 9,66 bilhões). Nesse último caso o Estado perdeu apenas para Minas Gerais, que teve saldo de US$ 13,96 bilhões. Os maiores compradores do Pará continuam sendo o Japão, que participa de 13,59% de tudo que é exportado, Estados Unidos, com participação de 13,33%, e China, com participação de 11,81%.
Apesar de o resultado final ter sido positivo, os números dos últimos três meses de 2008 já revelam queda nas exportações, provocada pela crise econômica mundial. Em outubro, as exportações do Pará bateram US$ 1,15 bilhão e, em novembro, registraram US$ 823,86 milhões. Já no último mês do ano, o processo de desaceleração persistiu e atingiu o valor de US$ 796,17 milhões. Ou seja, no mês de dezembro a exportação foi 6,45% menor do que em novembro. As importações paraenses de dezembro tiveram crescimento de 80,24% em comparação com dezembro de 2007 e de 9,43% com comparação com o mês de novembro de 2008. Foram importados mês passado US$ 115,29 milhões. Com isso, o saldo comercial paraense, no mês de dezembro, fechou negativo em 3,66% em relação ao ano passo e 5,24% em relação ao mês de novembro.
Preço da carne sobe e favorece receita com exportações
A receita com exportações de carne cresceu 20,36% em 2008 no País, a despeito da crise econômica, do recuo na oferta de gado para o abate e de algumas restrições impostas por mercados como União Europeia e Chile. Segundo divulgou a Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), o volume embarcado, no entanto caiu 14,31% de janeiro a dezembro do ano passado. O setor se valeu da alta do preço médio do produto, de 40,47%.
A receita cambial ficou em US$ 5,3 bilhões no ano passado, ante US$ 4,5 bilhões em 2007. Em nota, o presidente da Abiec, Roberto Giannetti da Fonseca, destacou a qualidade da carne brasileira e que “mesmo diante de tantos obstáculos e apesar do aumento de preços, os frigoríficos continuam competitivos”. “Mas ainda há a necessidade de fazer alguns ajustes e normalizar os embarques para mercados tradicionais”, afirmou Giannetti.
No mês de dezembro, a receita cambial recuou 4,09% na comparação com o ano de 2007. Com relação ao volume, houve uma queda de 13,20% em relação a 2007.
Segundo a entidade, a crise mundial foi responsável pela queda na receita cambial nos dois últimos meses de 2008. “Não podemos prever até onde vai o reflexo da crise que se iniciou em setembro do ano passado. Por isso temos que apostar na reabertura dos mercados que apresentam alguma restrição”, disse o presidente da Abiec.
Amazônia Jornal