Argentina vai reativar minas de urânio
31/08/07
A Argentina reativará a extração de urânio após 12 anos sem atividades nas minas, motivada pela crescente demanda mundial e por um déficit local de energia, que neste ano atingiu duramente a indústria, afirmou na quarta-feira o secretário argentino de mineração. O governo está dando andamento a um projeto que contempla a ativação de novas explorações e a reabertura de outras. A primeira será em Salta. “Maio é uma boa data de compromisso para extração de mineral de urânio na mina Don Otto, em Salta”, disse o ministro Jorge Mayoral. A mina, inativa durante 26 anos, produzirá 30 toneladas anuais de mineral de urânio. “Significa substituir a importação de mineral de urânio na ordem de 25% a 30% da demanda atual”, complementou. A Argentina faz parte do seleto grupo de países que dominam a tecnologia de enriquecimento de urânio e que produzem combustível para alimentar reatores nucleares. O país deixou de produzir urânio em 1995, em meio a uma queda dos preços internacionais. Nos últimos anos, os preços do metal dispararam para cerca de US$ 90 por libra-peso e desataram uma febre pela sua exploração e, com os problemas de aquecimento global como pano de fundo, a energia atômica voltou para o primeiro plano. O país decidiu enfrentar sua crise de energia com um ambicioso plano que inclui a finalização de sua terceira central nuclear e a construção de uma quarta. Argentina e Brasil são os únicos países da região que têm um programa desse tipo. Os maiores produtores mundiais de urânio são Canadá e Austrália.
Gazeta Mercantil