24/10/08

A ArcelorMittal está revendo seu programa de expansão de US$ 35 bilhões, num sinal claro de que a maior siderúrgica do mundo está se preparando para um crescimento fraco da demanda como resultado da crise financeira. Embora tenha dito que sua estratégia de crescimento “continua inalterada”, a empresa afirmou que a turbulência financeira “nos fez rever a ordem de prioridades para os nossos diferentes projetos de expansão”.
A companhia luxemburguesa, controlada por Lakshmi Mittal, seu chairman e executivo-chefe, não deu muitos detalhes sobre como seu programa de expansão pode ser mudado ou se algumas partes dele serão cortadas. Entretanto, muitos analistas de aço esperam que o plano, com duração de oito anos, anunciado por Mittal no ano passado, será alterado de forma a adiar parte do gasto previsto para os anos iniciais. Os detalhes dessa revisão deverão ser anunciados quando a empresa apresentar seu balanço, em 5 de novembro. O preço das ações da ArcelorMittal caiu cerca de 70% desde o final de junho. Nos últimos três meses, Mittal, que detém 45% do grupo, viu o valor de sua fatia diminuir de mais de US$ 50 bilhões para cerca de US$ 20 bilhões. Uma das possíveis alterações deve ser feita em um projeto de US$ 20 bilhões na Índia, onde a companhia planeja construir duas novas usinas.
A maior parte dos trabalhos não deve ocorrer antes de 2012 a 2015. Muitos especialistas acreditam que a demanda global de aço no ano que vem irá crescer cerca de 2%, menos da metade da projeção feita por Mittal há algumas semanas. Na China, o consumo de aço em 2009 deverá aumentar em 5% ou 6%, ante o crescimento de 16% em 2007 e o de 6% a 7% projetado para este ano. (Peter Marsh)

Agência Estado / Brasil Infomine