ArcelorMittal amplia seus investimentos em Minas
29/05/10
Em João Monlevade, aporte subiu para R$ 1,2 bilhão, e o grupo já estuda a expansão também em Juiz de Fora
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A recuperação da demanda interna brasileira levou a ArcelorMittal a escolher João Monlevade, na região Central do Estado como a primeira planta a receber investimentos do grupo em todo o mundo, depois da crise financeira internacional. As obras de duplicação da capacidade, que haviam sido interrompidas em 2008, demandarão um volume de aportes de US$ 1,2 bilhão, valor 20% maior do que o projeto original e serão reiniciadas ainda este mês.
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O aquecimento do mercado poderá levar o grupo a avaliar ainda um novo projeto de expansão, desta vez na Usina de Juiz de Fora, na zona da mata mineira, para uma produção de 1,2 milhão de toneladas, volume 20% superior que a capacidade atual, direcionadas para a construção civil.
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A expectativa é de que o projeto de João Monlevade esteja concluído em meados de 2012, com uma produção de 2,4 milhões de toneladas/ano, voltada principalmente para a indústria automobilística. A expansão implicará na criação de 600 empregos diretos. De acordo com o presidente da ArcelorMittal Aços Longos Américas, Gerson Menezes atualmente a usina opera com 95% de ocupação da capacidade instalada.
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Menezes acredita que o volume de produção da divisão de longos do grupo já deverá atingir os níveis pré-crise a partir deste ano, com um total de 3,7 milhões de toneladas, crescimento de 25% em relação ao ano passado. ?A demanda interna no Brasil se recuperou rapidamente depois da crise e acreditamos que se não fizermos estes investimentos, poderemos perder market share?, disse ele.
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No total, as quatro plantas da divisão de Longos do grupo produzem 3,8 milhões de toneladas. A retomada da expansão em Monlevade já havia sido anunciada em abril deste ano pelo presidente do grupo, o indiano Lakshmi Mittal.
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Em relação ao projeto original, a principal alteração foi o aumento dos aportes na instalação de uma terceira linha de laminação, para dobrar o volume produzido de fio-máquina, (utilizado na fabricação de cordoalhas para reforço de pneus ? steel cord), para 2,3 milhões de toneladas, ou seja, 300 mil toneladas a mais do que estava previsto anteriormente.
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O projeto inclui ainda uma nova sinterização, com capacidade para a produção de 2,3 milhões de toneladas/ano; um novo alto-forno para dobrar o volume produzido de ferro-gusa, para 1,12 milhão de toneladas/ano. A usina também ampliará o volume da aciaria, para 2,4 milhões de toneladas de tarugos/ano.
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Extração de minério será ampliada
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Antes do agravamento da crise, a empresa já havia aplicado US$ 100 milhões em obras de infraestrutura no local, o que irá facilitar a retomada do projeto a partir de agora. Entre as grandes vantagens competitivas da planta estão a disponibilidade do minério de ferro extraído da Mina do Andrade, que estava arrendada à Vale e retornou à companhia.
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O volume produzido também deverá ser ampliado dos atuais 1,35 milhão para 3,5 milhões de toneladas/ano, com um volume adicional de US$ 18 milhões em investimentos, o que garante a autossuficiência da planta. Além disso, Monlevade possui 60% de geração de energia própria, por meio de uma parceria com a Samarco na usina de Guilman Amorim, que tem potência instalada de 140 MegaWatts (MW).
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Produção de carros aumentou demanda
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Ao justificar a ampliação da capacidade, o presidente da ArcelorMittal Aços Longos lembrou que a indústria automobilística brasileira deverá ultrapassar a Alemanha este ano e ocupar o quarto lugar em todo o muno.; Além disso, a chegada da Copa do Mundo e Olimpíadas deverão implicar, de acordo com estimativas do Instituto Aço Brasil (IABr) em um aumento de demanda de 1,1 milhão de toneladas de aço por ano.
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