Arcelor está reavaliando as jazidas em Minas Gerais
03/06/11
Meta é buscar a autossuficiência.
A ArcelorMittal está reavaliando as reservas de suas jazidas em Minas Gerais, conforme informou ontem o presidente da empresa, Benjamin Baptista Filho, durante o Congresso Brasileiro do Aço, promovido pelo Instituto Aço Brasil (ABr), em São Paulo. Conforme ele, até o final do próximo ano a produção da Mina do Andrade, em Bela Vista de Minas (região Central), será duplicada.
“Com a entrada das novas operações em João Monlevade (Vale do Aço) no final de 2012, esperamos iniciar a produção na mina com a capacidade ampliada”, disse. Ele explicou que a elevação na extração de minério de ferro na jazida servirá para atender à demanda da usina no Vale do Aço, que receberá investimentos da ordem de US$ 1,2 bilhão na expansão da planta.
Além dos investimentos na ampliação da mina em Bela Vista de Minas, o presidente da companhia informou que estão sendo feitos estudos na Mina de Andrade para definir quanto poderá ser extraído em operação comercial. “Até o final do ano devemos ter a conclusão”, disse. Além do tamanho da reserva, o levantamento irá definir a qualidade do mineral e quanto poderá ser explorado.
Questionado sobre a necessidade de realizar novas aquisições de jazidas em Minas Gerais para a exploração comercial, Batista Filho afirmou que a empresa irá primeiro avaliar qual é a reserva disponível atualmente.
Ele ressaltou que, além de Andrade, a companhia possui uma jazida na região da Serra Azul, no Quadrilátero Ferrífero. “Estamos produzindo cerca de 3,5 milhões de toneladas/ano de minério nessas operações”, informou. A commodity extraída na jazida é voltada para o mercado externo.
Serra Azul – Conforme já informado, em Minas Gerais, o projeto inicial é triplicar a produção nas minas de Serra Azul, no Quadrilátero Ferrífero, que passará de 5 milhões de toneladas para 15 milhões de toneladas anuais. Os investimentos são parte do plano da companhia em alcançar a autossuficiência da matéria-prima. Além do minério, a Arcelor pretende elevar a produção de carvão vegetal em 116% até 2015.
O presidente do conglomerado siderúrgico também confirmou os investimentos na Belgo Bekaert, joint venture entre a Arcelor e o grupo belga Bekaert, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). “Estamos ampliando a produção da trefilaria de Contagem para atender à demanda da linha de fio-máquina em João Monlevade”, disse.
Segundo ele, os investimentos são considerados de baixo valor. “Os aportes serão inferiores a R$ 100 milhões”, informou. O presidente da companhia também não detalhou qual será o acréscimo na capacidade instalada da planta na RMBH.
A produção da usina no Vale do Aço, que hoje tem capacidade para 1,2 milhão de toneladas de aço bruto por ano, será ampliada para 2,4 milhões. Para a duplicação, será necessária a construção de uma nova sinterização, que irá produzir 2,3 milhões de toneladas anuais, um novo alto-forno com capacidade de 1,12 milhão de toneladas, além de uma terceira linha de laminação (1,15 milhão de toneladas/ano).
O complexo siderúrgico também vai dobrar a produção da aciaria, que atingirá 2,4 milhões de toneladas de tarugos por ano. No pico dos trabalhos, as obras vão exigir a contratação de 6 mil trabalhadores.
Em sua exposição no congresso, Baptista apresentou números comparativos da renda per capita e de consumo de aço na China e na Coréia do Sul e concluiu que o Brasil tem potencial para aumentar em 20% o consumo de aço por habitante.
“Precisamos entender por que, há 30 anos, tínhamos um consumo de aço superior a esses dois países e, ao longo do tempo, eles nos ultrapassaram. Uma das explicações pode estar no fato de que a nossa base de infraestrutura não acompanhou o crescimento do país”, afirmou. Benjamim disse ainda que é fundamental que o Brasil trabalhe uma política de defesa comercial, invista em infraestrutura e em educação também.
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Diário do Comércio