Angra 3 começa obra no segundo semestre
17/06/08
O presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, confirmou ontem que as obras de construção da usina de Angra 3 terão início no segundo semestre deste ano e que a estatal, subsidiária do Sistema Eletrobrás, iniciará o planejamento de mais uma usina nuclear já no próximo ano, a ser instalada na região Nordeste.Segundo ele, a licença prévia para o início da construção e Angra 3 deverá ser concedida pelo Ibama ainda este mês e, até setembro, deverá ser dada a licença de instalação. Pinheiro da Silva se disse confiante de que não haverá problemas no licenciamento. `Nenhuma obra na área de energia foi tão discutida quanto Angra 3 e talvez essa seja a obra de energia com menos incerteza técnica`, afirmou o executivo.A usina de Angra 3 terá potência de 1.350 megawatts (MW) e demandará investimentos de R$ 7 bilhões, além dos US$ 750 milhões já investidos em equipamentos na década de 70, quando o programa nuclear brasileiro foi interrompido. O empreendimento está entre as nove principais obras previstas no Plano Decenal de Energia do governo (2007 a 2016) e, segundo Pinheiro da Silva, cumprirá o cronograma previsto, com a conclusão das obras entre julho e agosto de 2014. PRAZO. O prazo de construção da usina é de 5,5 anos após a conclusão da primeira fase (a chamada primeira laje, ou fundação), que deverá estar concluída até fevereiro do próximo ano. Pinheiro da Silva participou ontem o Simpósio Anual da Seção Latino-Americana da American Nuclear Society (LAS-ANS), no Windsor Barra Hotel, evento que reúne especialistas de diferentes países.Sobre as novas usinas em planejamento, Pinheiro da Silva afirmou que a idéia é escolher locais com capacidade para abrigar seis usinas nucleares. No Nordeste, segundo ele, deverá ser selecionado um local desse porte, para abrir inicialmente duas usinas. Em seguida, no Sudeste, mais um local com a mesma finalidade. `Isso não quer dizer que todas serão construídas ao mesmo tempo`, observou. A retomada da construção das usinas ocorre no momento em que o governo discute a abertura da exploração de urânio à iniciativa privada, com possibilidades de exportação do produto. Atualmente, a União tem o monopólio da mineração de urânio. A abertura tem como objetivo acelerar a exploração do urânio para atender às futuras usinas.
Jornal do Commércio Brasil – RJ