Angra 1 e 2 serão abastecidas com urânio enriquecido no país até 2012
18/05/08
O presidente da empresa Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Alfredo Trajan Filho, prevê que até 2012 o país tenha condições de abastecer com urânio enriquecido suas duas usinas nucleares: Angra 1 e Angra 2. Atualmente, o Brasil envia urânio para processamento no exterior, uma vez que não detém a tecnologia para ser utilizada em escala industrial.
Nesta semana, foram embarcadas para o Canadá 175 toneladas de concentração de urânio extraídas da unidade de mineração e beneficiamento da INB, em Caitité (BA). No Canadá, o concentrado passará por um processo de beneficiamento, seguindo para a Europa, onde será enriquecido.
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Quando retornar ao Brasil sob a forma de gás, o combustível será utilizado na fabricação de elementos combustíveis (pastilhas) que vão compor a 16a recarga da usina de Angra 1.
“Embora a INB já detenha a tecnologia completa do ciclo de enriquecimento de urânio, ainda não temos escala industrial. A intenção é que, já em 2012, nós comecemos a construir uma fábrica de conversão para atender s nossas necessidades, disse Trajan.
O presidente da INB adiantou que no momento, a empresa está implantando uma fábrica para enriquecimento. Temos a perspectiva de que, em 2010, já tenhamos atingido 60% das necessidades de consumo das usinas de Angra 1 e 2, para, em 2012, atender a 100% das necessidades das duas unidades. Em 2014, segundo ele, será possível atender todas as usinas nucleares em operação, mesmo se Angra 3 entrar em operação.
Ttrajan lembra que o Brasil possui hoje a sexta reserva de urânio do mundo, com estimativas de 309 mil toneladas do minério embora tenha apenas 30% do solo explorado. A fábrica de Caitité única do país, produz anualmente 400 toneladas de urânio, volume suficiente para atender Angra 1 e Angra 2.
Gazeta do Povo – PR