Anglo estuda utilização de escória na produção de asfalto
19/03/14
A Anglo American está estudando formas de reaproveitar a escória descartada de sua operação de níquel, em Niquelândia (GO), como substituto de insumos para a produção de asfalto. O primeiro teste já foi feito no estacionamento da unidade de níquel Codemin, em Niquelândia.
O trabalho ?Estudos para Utilização de Escória de Ferroníquel das Plantas de Barro Alto e Codemin na Construção Civil? está sendo desenvolvido parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Instituto Militar de Engenharia (IME) do Rio de Janeiro.
De acordo com Marcelo Galo, gerente de meio ambiente da unidade de negócio Níquel, Nióbio & Fosfato da mineradora, essa escória já é utilizada pela indústria cimenteira, mas em pequena escala. Com isso, a maior parte do resíduo gerado pela indústria de níquel fica depositada ao lado da usina.
Galo explica que o resíduo gerado não traz riscos ao meio ambiente, mas que a companhia quer encontrar uma solução para esse passivo que é gerado.
Já foram realizados vários testes físico-químicos nos laboratórios do IME para avaliar o potencial da utilização desse resíduo. Os testes realizados consistiram em utilizar 40% de escória de ferroníquel no revestimento asfáltico e 30% na base de um pavimento asfáltico de uma área de 3.000 m² na Codemin.
A escória é utilizada em na mistura asfáltica como substituição parcial da brita na pavimentação de estradas e ruas. Também está sendo estudada a possibilidade de utilização da escória na construção civil. A escória pode sair com a mesma granulometria da areia e pode substituir parcialmente o uso na fabricação de blocos de concreto.
Quando o estudo se transformar em negócio, ele poderá contribuir para a diminuição da extração de minerais utilizados na construção civil, como brita e areia, além de dar um melhor destino para os passivos ambientais gerados pela indústria, ressaltou Marcelo Galo.
Ainda não é possível contabilizar por quanto o material seria vendido e qual a economia que as fabricantes de asfalto ou materiais de construção teriam caso optem por utilizar a escória. Segundo o gerente, isso ainda será estudado em uma próxima etapa do projeto.
?O que procuramos é a viabilidade do uso. Depois [o projeto] terá que passar por uma análise comercial?, disse Galo, ressaltando que o maior objetivo do projeto é buscar uma solução ecologicamente correta para o passivo ambiental. Mas ele afirma que a alternativa é competitiva, o que trará uma grande vantagem para a indústria, além de ter o apelo ambiental.
Notícias de Mineração Brasil