Anglo American adia projetos de Barro Alto e Minas-Rio
18/12/08
São Paulo, 18 de Dezembro de 2008 – A Anglo American anunciou ontem um corte de mais de 50% na previsão de gastos de capital para 2009. A empresa deve aplicar no ano que vem US$ 4,5 bilhões, reduzindo o investimento em diversos projetos, como o Minas-Rio e Barro Alto, que deverão ser postergados em até um ano.
No início de 2008 a mineradora, sediada em Londres, informou que desenvolvia um plano de expansão que totalizava US$ 12 bilhões e avaliava outros US$ 29 bilhões em projetos. A revisão, explicou a empresa em comunicado, foi definida em razão da mudança do cenário macroeconômico mundial. “O setor mineral vivencia um período sem precedentes, de rápido declínio dos preços das commodities devido às incertezas da economia global”, informou a empresa..
A principal mudança no plano de investimentos é justamente a postergação do desenvolvimento de diversos projetos. “Fizemos ajustes significativos para priorizar os gastos naquelas áreas onde esperamos um desempenho relativo acima da média no curto prazo, enquanto mantemos um alto grau de flexibilidade para o nosso futuro.” disse, no comunicado, a presidente-executiva da companhia, Cynthia Carroll, destacando também o programa de melhoria da eficiência e dos custos nas diversas operações do grupo.
Na área de minério de ferro, a companhia reduziu o investimento para US$ 900 milhões e postergou em até 12 meses o projeto Sistema Minas-Rio, que agora deverá começar a operar em 2012.
O projeto, adquirido no início deste ano, juntamente com o Sistema Amapá, por US$ 5,5 bilhões da MMX Mineração e Metálicos, do empresário Eike Baptista, inclui a construção da mina e da unidade de beneficiamento, em Conceição do Mato Dentro e Alvorada de Minas (MG), um mineroduto ligando a mina ao litoral fluminense e um porto em São João da Barra (RJ). A unidade terá capacidade para produzir 26,6 milhões de toneladas por ano na primeira fase. A previsão inicial era de que os primeiros embarques de minério de ferro ocorressem em 2010, mas atrasos na obtenção das licenças ambientais já tinham levado o começo das operações para 2011.
Em comunicado, a Anglo Ferrous Brazil, que detém os direitos sobre o projeto, informou que a continuidade do processo de licenciamento da mina e da unidade de beneficiamento depende da continuidade do processo de licenciamento da mina e da planta de beneficiamento, da liberação de terrenos para as obras do mineroduto e de permissões de supressão vegetal, a serem concedidas junto ao Ibama.
Apesar da postergação, a mineradora deverá elevar a produção de minério de ferro em 10% com o início da produção da operação Kumba Iron Ore.
Já na área de metais básicos, a previsão de manutenção dos níveis de produção de 2008, com exceção de cobre, que terá um aumento de 5% na produção. Os gastos de capital foram reduzidos para US$ 1,3 bilhão, com a postergação em um ano do início da operação em Barro Alto, em Goiás, onde a empresa está investindo US$ 1,5 bilhão para ampliar sua produção de ferroníquel. A nova unidade irá produzir, em média, 36 mil toneladas anuais de níquel contido em ferroníquel. A previsão inicial era começar a operar em 2010, mas foi postergado para o início de 2011.
(Gazeta Mercantil/Caderno C – Pág. 6)(Luciana Collet)
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