Análise: Nióbio é matéria-prima para indústria militar e de alta tecnologia
07/12/10
Abundante no Brasil, minério pode ser usado em reatores nucleares, mísseis e supercondutores
SÃO PAULO – A preocupação dos Estados Unidos com reservas de nióbio e manganês no Brasil é procedente. As maiores reservas de nióbio do mundo, na proporção de até 88%, estão em território brasileiro. Boa parte na mina de Catalão, em Minas Gerais – e cerca de 80% do total restante, na Amazônia e na parte tropical de Goiás e Mato Grosso.
Para que serve? De cara, é fundamental para os filamentos das lâmpadas fluorescentes ou no processo da delicada soldagem de joias finas. O relevante é o que vem por aí, no limite do futuro tecnológico que começa entre 2013 e 2016.
O nióbio pode melhorar notavelmente a qualidade de aços inoxidáveis especiais, como os utilizados no manejo de petróleo. Na circulação de líquidos em instalações nucleares – água da refrigeração dos reatores, por exemplo -, consequência da baixa captação de nêutrons. É componente essencial na construção de motores de mísseis e de caças de alto desempenho.
A grande meta todavia é o uso do nióbio na construção de supercondutores, um campo de aplicação no qual os pesquisadores, físicos do estado sólido principalmente, não veem limites – de novos componentes eletrônicos para computadores de alto desempenho a sistemas de levitação magnética para trens de alta velocidade, passando por designadores de alta precisão de emprego na indústria militar.
O manganês, minério do qual o Brasil é o segundo produtor mundial entra na receita de quase tudo – sem ele o alumínio só serve para produzir panelas e o aço é um metal frágil – utilizado na fabricação de aços especiais, melhora virtudes como resistência ao desgaste e rigidez. Na liga com cobre e antimônio, resulta em um laminado ferromagnético, um espécie de imã, de aplicações em pesquisa científica de precisão. Vidros de alto grau de pureza destinados a laboratórios e ferrosos limpos de detritos dependem do manganês.
O Estado de São Paulo