04/04/12

Lanuza, da Grainger: “Nosso plano é adicionar produtos às linhas no Brasil”
De olho no aumento do fluxo de investimentos da indústria, principalmente no setor de infraestrutura e na exploração de recursos naturais no Brasil, a americana W.W. Grainger quer fazer do país sua plataforma de crescimento na América Latina. Atuando no setor de distribuição de materiais para manutenção, reparos e operações (conhecido no mercado pelo jargão MRO), a companhia deu seu primeiro passo no mercado brasileiro ao anunciar ontem a aquisição da Anfreixo, empresa controlada pelo grupo Votorantim.
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“Nossa entrada no país é estratégica e gostaríamos de começar com alguém que tivesse uma forte base de negócios no país”, afirmou ao Valor o vice-presidente da Grainger para América Latina, Cesar Lanuza. Sem dar detalhes sobre os termos do negócio, o executivo disse que a americana comprou 100% do capital da Anfreixo por “menos do que um ano de faturamento” da brasileira. A Anfreixo faturou US$ 37 milhões em 2011.
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Depois de cerca de cinco anos de conversações, a entrada da multinacional no mercado brasileiro segue um plano de internacionalização maior – iniciado em 2009 -, que envolve o foco da companhia na América Latina e na Ásia. Hoje, das vendas de US$ 8,1 bilhões da empresa sediada em Chicago, cerca de 25% já vêm dos negócios internacionais.
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Com ações na bolsa americana, a companhia busca encerrar 2012 com atuação em nove países da América Latina, onde tem se voltado para clientes dos setores manufatureiro e de exploração de recursos naturais. No Brasil, um dos focos será as áreas de óleo e gás e de hospitalidade. Assim, a empresa pretende distribuir equipamentos de segurança para as operações no pré-sal e motores de ar-condicionado para hotéis, por exemplo.
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Além do acesso aos mais de dois mil clientes da Anfreixo no Brasil, outra vantagem da operação é a complementaridade do portfólio. Enquanto os produtos mais distribuídos pela brasileira estão no setor de materiais elétricos e equipamentos de segurança, os mais importantes segmentos da multinacional (globalmente) são segurança e ferramentas. “Com essa aquisição, queremos adicionar produtos às linhas no Brasil”, afirmou Lanuza. A Anfreixo tem 150 mil itens catalogados, enquanto a Grainger atua com 900 mil produtos.
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Para Ernani Antunes Araújo, presidente da Anfreixo, a empresa ganha maior capacidade de investimentos e acesso ao mercado global. Adquirida nos anos 2000 pela divisão de novos negócios da Votorantim, a companhia passou a atuar fortemente com o grupo e hoje 50% de seus negócios vêm da Votorantim. Segundo Araújo, a controladora vinha analisando diversas ofertas, mas procurava um comprador com boa atuação no mesmo mercado. Como parte da transação, a Votorantim exigiu um acordo de fornecimento de longo prazo com a Grainger.
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A Votorantim informou, em nota, que a “operação é parte da estratégia de ajustar o portfólio, visando fortalecer e investir nos segmentos considerados core business”. Desde 2008, o grupo se desfez de vários ativos – Allelliyx, CanaVialis, Tivit, CPFL Energia, 50% do Banco Votorantim, Nitroquímica e Usiminas. O foco do grupo é mineração e metais (alumínio, zinco, níquel e cobre), cimento, celulose e aço longo. (VD)
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Valor Online