Alta do preço das commodities garante saldo
03/05/10
Os economistas sempre disseram que as commodities garantiam o superávit da balança. Agora se tornou fato. Se os preços de exportação e importação tivessem permanecido no mesmo patamar do primeiro trimestre de 2009, a variação das quantidades provocaria um déficit de US$ 4,4 bilhões no primeiro trimestre deste ano. O cálculo foi feito pela Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex).
Graças a preços de exportação nas alturas e preços de importação praticamente estáveis, o Brasil apurou um pequeno superávit de US$ 895 milhões no primeiro trimestre. Ainda assim, significa uma queda de 70% em relação a janeiro a março de 2009. “O Brasil está dependente do ciclo de preços das commodities para garantir o saldo da balança comercial”, disse o coordenador do grupo de indústria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), David Kupfer.
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“Os termos de troca bateram recorde”, disse Fernando Ribeiro, economista da Funcex. Termo de troca é a razão entre o preço de exportação e importação. Um ganho nesse indicador significa que as exportações geram mais dólares, o que permite importar mais. Na prática, equivale a um aumento na “renda” do Brasil.
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Os termos de troca subiram 15,4% no primeiro trimestre em relação a igual período de 2009 e já superam até o nível de outubro de 2008, antes da crise. E devem subir ainda mais agora, por causa do reajuste de 100% do minério conseguido pela Vale.
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Graças ao apetite chinês por petróleo, celulose e outras commodities, os preços de exportação do Brasil subiram 13,9%. Os preços de importação caíram 1,3%, porque o mundo ainda tem excesso de oferta de produtos industriais por causa da crise.
O Estado de São Paulo