Alta do cobre reflete oferta restrita, diz Xstrata
05/08/09
O avanço dos preços do cobre para os níveis mais altos dos últimos dez meses pode não ter sido esperado pelo mercado, mas não deveria ser uma surpresa, levando em consideração a atual oferta do metal e os níveis relativamente baixos dos estoques, segundo o executivo-chefe de cobre da Xstrata, Charlie Sartain.
?Acreditamos que a oferta real é potencialmente entre 600 mil e 1 milhão de toneladas (de cobre) menor que o projetado pelo mercado, com base em estimativas de produção da companhia?, afirmou Sartain. Os preços do cobre negociado no mercado futuro de Londres estão acima de US$ 6 mil por tonelada – nível que não era observado desde outubro do ano passado. ?É difícil explicar, mas não há dúvida de que o sentimento dos mercados melhorou e transbordou para os preços das matérias-primas e do cobre, que é considerado uma commodity com reação mais rápida à melhora nas condições da economia?, disse Sartain.
Ele afirmou que, embora os produtores tenham reduzido a produção rapidamente, não é tão fácil retomar os níveis de produção anteriores. ?Não há uma capacidade latente que possa simplesmente ser retomada, apesar de prevermos que há um bom potencial para um aumento da oferta no próximo ano sem desequilibrar o mercado?, acrescentou, revelando que este foi um dos motivos pelos quais a Xstrata decidiu não suspender estudos deviabilidade em seus projetos mais avançados.
?No próximo ano há o potencial real de que o mercado de cobre, que já está apertado, atinja o equilíbrio. Vemos um fortalecimento no prognóstico para os preços no ano que vem porque, embora esperemos uma oferta melhor, projetamos também uma recuperação na demanda?, afirmou Sartain. Além disso, a China – maior consumidor mundial de cobre – ?é o único ponto brilhante em termos de demanda para o mercado de cobre no momento?, avaliou Sartain. ?O pacote de estímulo do governo chinês, juntamente com o desenvolvimento industrial e a urbanização, realmente continuou puxando a demanda?, acrescentou.
Sartain disse que a Xstrata ficou surpresa com o grau de declínio das importações de sucata de cobre no primeiro semestre do ano e que as compras do metal pelo Departamento de Reservas Estratégicas da China deram suporte aos preços, mas não foram um fator fundamental em termos de demanda. ?Em geral, vemos um mercado apertado, os estoques das bolsas em níveis próximos da metade das médias históricas, de forma que as pessoas devem estar mais sensíveis a investimentos no cobre, especialmente se virem que os indicadores econômicos estão melhorando?, concluiu Sartain.
Agência Estado / Brasil Infomine