Agenda de capital, sustentabilidade e inovação na mineração são destaques entre principais players do setor
17/03/25
Agenda de capital, sustentabilidade e inovação foram alguns dos destaques do lançamento da edição de 2025 do estudo “Top 10 business risks and opportunities for mining and metals”, desenvolvido pela EY, uma das principais consultorias e auditorias do mundo. No recorte Brasil do estudo, aumento de custos e produtividade; esgotamento de recursos e reservas; e geopolítica foram o top 3. Os demais são: meio ambiente, mudanças climáticas, capital, licença para operar, digital, força de trabalho e novos projetos. “Os temas que formam os tops 10 do Brasil e o ranking global tem diversas semelhanças, reforçando o alinhamento com as outras grandes nações relevantes para a mineração e uma maturidade importante do nosso mercado”, afirma Afonso Sartorio, líder de Energia e Recursos Naturais da EY.
O evento, que contou com apoio do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), trouxe debates sobre diversas temáticas apontadas na pesquisa pela perspectiva de importantes players do mercado: Marcelo Klein, Diretor de Gestão de Territórios da Vale, Angela Vasconcelos, Vice-presidente de Finanças e Administração da Equinox Gold, Carlos Mello Junior, Diretor Superintendente da CSN Mineração e o Deputado Federal Zé Silva, Presidente da Frente Parlamentar da Mineração Sustentável

Da esq para dir: Marcelo Klein (Vale), Angela Vasconcelos (Equinox Gold), João Brito (EY), Afonso Sartorio (EY), Elanne Almeida (EY), Carlos Mello (CSN Mineração), Dep. José Silva e Rinaldo Mancin (IBRAM) – Crédito: Divulgação
“O cenário apontado pelo estudo é muito importante porque vai nos colocar de frente com os riscos e oportunidades globais para a mineração e que gravita com diversos temas extremamente relevantes para o desenvolvimento do setor, que é fundamental para a humanidade e para o futuro”, afirma Raul Jungmann, presidente do IBRAM.
Pautada pela agenda de capital somada aos custos das operações e busca pela produtividade, Angela Vasconcelos reforçou a importância do planejamento. “É fundamental ter disciplina e um planejamento robusto para conseguir trazer uma análise mais estratégica para o negócio. Temos que trazer perguntas para o debate, como “qual é o custo da reserva” ou “faz sentido juntar operações?”.
“Outro ponto fundamental é investir na capacitação dos colaboradores. Profissional mais capacitado é mais produtivo e reduz custos. E quanto mais a companhia conseguir investir nisso aliado a estudos e adoção de novas tecnologias como a Inteligência Artificial. Essa dupla é primordial para os negócios: pessoas e inovação”, afirma Carlos Mello Junior.
A agenda de sustentabilidade, impulsionada pela COP 30, que acontecerá em novembro deste ano, em Belém, também foi tema importante do debate. O deputado federal Zé Silva corrobora que “é possível uma mineração sustentável e ela é baseada em dois pilares: ciência e boas práticas de implementação. E a COP é uma oportunidade do Brasil ser protagonista”.
Já Marcelo Klein reforça também a importância da circularidade. “O mundo não cabe mais dentro dele. Com isso, cada ação tem que ser pensada. Hoje, com o advento da inovação, conseguimos diversos itens com rejeitos, fazendo com que algo que seria problema vire um novo produto”, afirma. “Os compromissos da sustentabilidade são inegociáveis, mas os prazos podem ser revistos”, complementa.
“Quanto mais conseguirmos integrar inovação e sustentabilidade, melhores serão os resultados e impactos positivos do setor para a sociedade e demais stakeholders”, finaliza Sartorio.