04/11/08

Depois de os papéis atrelados à cadeia de commodities terem patrocinado a derrocada do Ibovespa por cinco meses consecutivos, as ações do setor praticamente desapareceram da Carteira Valor de novembro. À exceção de Petrobras, que ainda recebeu 5 recomendações, os setores de siderurgia e mineração apareceram timidamente representados por Gerdau, com 2 citações, além de Usiminas e Vale, com apenas 1 indicação cada.
Com o mundo às voltas com seus cálculos sobre a intensidade do freio global, os analistas participantes privilegiaram papéis mais defensivos, como as concessionárias de serviços públicos, ou aqueles que tendem a liderar um eventual movimento de recuperação na Bovespa, como os financeiros, com Bradesco (5 menções), Unibanco (1), BicBanco (1) e Redecard (2).
Coincidentemente – já que as listas das corretoras foram recebidas na sexta-feira à noite -, o mês já começou com o segmento em evidência. Com a fusão anunciada entre Itaú e Unibanco ontem, a expectativa dos analistas é de que o setor bancário, descontado em função do contágio da crise de crédito global, volte a mostrar valor.
Ações diretamente relacionadas ao mercado interno, mas que não são tão dependentes de crédito, também integraram a seleção do mês, com Pão de Açúcar (2 indicações), Perdigão (2) e Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR), com 3 recomendações.
Com a desaceleração global que se desenha para 2009, as empresas industriais vêm reduzindo estoques e se ajustando a uma nova realidade de demanda. Esse cenário, segundo o chefe de análise da Concórdia Corretora, Eduardo Kondo, deverá ser sentido nos resultados das empresas fornecedoras de matérias-primas nos próximos trimestres. Já os bancos mostraram bom desempenho e vão ser favorecidos pelas medidas de injeção de liquidez do Banco Central (BC).
No mês passado, enquanto o Ibovespa cedeu 24,80%, a Carteira Valor recuou 22,48%. No ano, o portfólio acumula perdas de 43,26%, em comparação aos 41,68% do índice.

Valor Econômico