Ações de siderurgia e mineração caem no Ibovespa
11/04/08
As ações de empresas de siderurgia e mineração, que estão com desempenho bem à frente da média do mercado este ano, estavam entre as maiores baixas do Ibovespa hoje. As produtoras de aço vêm enfrentando aumentos sucessivos dos custos, embora o crescimento da demanda venha permitindo o repasse aos clientes para não prejudicar de forma significativa as margens da indústria. Mas a ameaça de recessão nos Estados Unidos e seus efeitos sobre a economia global traz um grau de preocupação. Às 11h17, o índice Bovespa tinha baixa de 0,90%, a 62.903 pontos, e registrava um volume financeiro de R$ 984 milhões.
Com a definição do preço do carvão para 2008, anunciada ontem por siderúrgicas do Japão e pela mineradora australiana BHP Billiton, as siderúrgicas brasileiras devem começar a anunciar novos reajustes de preços do aço esta e na próxima semana, segundo o Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda). O preço do carvão passará de US$ 98 por tonelada para US$ 300 por tonelada, equivalente a um aumento de 200%, depois de uma alta de 65% no preço do minério de ferro e de 86% para as pelotas de ferro.
Às 11h14, as ações preferenciais (PN) da Gerdau cediam 1,92% e as ordinárias (ON) da CSN recuavam 2,35%. Já as PN classe A (PNDA da Usiminas tinham desvalorização de 1,27%, influenciadas também pela notícia de reestatização da siderúrgica venezuelana Ternium, conhecida como Sidor, anunciada ontem pelo governo da Venezuela. A Usiminas tem participação no Consórcio Amazônia, que controla a Sidor.
No setor de mineração, às 11h17, as ações PNA da Vale recuavam 1,7% e as ON tinham perdas de 1,95%. O papel PN da Bradespar, braço de participações do Bradesco com presença no capital da Vale, registrava desvalorização de 3,03%.
O departamento de pesquisa do HSBC iniciou ontem a cobertura da Vale, com recomendação neutra. Em relatório, a área de análise do banco destaca que a mineradora passou de uma produtora local de minério de ferro para uma importante mineradora global, especialmente após a compra da canadense produtora de níquel, a Inco, em 2005. Apesar da visão otimista, o relatório observa que o programa de investimentos previsto pela companhia, de US$ 59 bilhões para os próximos cinco anos, “não deverá surtir expressivos efeitos na diminuição de sua exposição ao mercado de minério de ferro”.
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Portal Exame