Abal prevê alta de 12% no consumo de alumínio no País
03/04/08
O bom desempenho das vendas de chapas, lâminas e folhas de alumínio, entre outros produtos, fizeram os fabricantes de manufaturados revisarem para cima suas expectativas para este ano e agora a previsão do setor é de alta de 11,9% no consumo interno de alumínio transformado, ante os 10% estimados inicialmente. `Isso reflete o bom momento por que passa a economia brasileira. E essa estimativa poderá até ser superada se o mercado continuar como está`, disse Luis Carlos Loureiro Filho, presidente da Associação Brasileira do Alumínio (Abal). Entre os segmentos que puxarão o consumo estão o de fios e cabos, com alta esperada de 28%, puxada pelo aumento da demanda por cabos de transmissão de energia. No ano passado o segmento decepcionou e apresentou queda de 13,9% nas vendas internas. O consumo de chapas e lâminas, usadas em carrocerias de ônibus, utensílios domésticos e tubos, entre outros, também está crescendo acima do estimado inicialmente e agora a previsão é de alta de 12,2%. Já folhas, usadas principalmente pela indústria de embalagens, também vai crescer 12%. `Mas tem segmentos como de extrusão e de fundição que ainda estão muito conservadores`, disse. Com tal crescimento, a entidade estima que o Brasil subirá uma posição entre os maiores consumidores mundiais de alumínio, superando Espanha e alcançando a sexta colocação. No ano passado, o consumo doméstico de transformados cresceu 9,7% e totalizou 918,9 mil toneladas. Para responder à alta do consumo interno, o setor deve reduzir a exportação de alumínio em 5,1%, para 1 milhão de toneladas, entre alumínio primário, ligas, produtos manufaturados e semimanufaturados. A maior queda acontecerá na venda externa de alumínio primário, de 6%, para um previsão de vendas de 774 mil toneladas. Loureiro destacou que se o ritmo de alta do consumo permanecer, em cinco anos já não haverá mais excesso de produção de alumínio primário. `Um crescimento no consumo de 10% ao ano implica 100 mil toneladas mais por ano. Tirando as 200 mil toneladas da Albrás que por contrato são direcionadas ao sócio japonês, até 2013 não teríamos mais nada.` Até agora não há nenhum novo investimento definido. Segundo Loureiro, a principal razão que freia a expansão da capacidade é a falta de garantia de fornecimento de energia. Ele lembrou que esse motivo levou a Companhia Vale do Rio Doce a estudar a construção de uma unidade na Colômbia, onde também avalia instalar uma hidrelétrica. `Temos grandes reservas de bauxita no Norte do País, que a própria Vale transforma em alumina. Haveria condições para a construção de uma unidade por lá , mas falta definir novas usinas na região.`
Gazeta Mercantil