Pará inicia certificação e rastreabilidade da produção de ouro
29/11/22
A North Star, primeira refinaria de metais precisos da região Norte, que possui uma moderna unidade de refino, construída em Belém para atender mineradoras que atuam na região, na semana passada emitiu o primeiro Selo Amarelo para certificação e rastreabilidade do ouro produzido pela empresa Serabi Gold, mineradora com operações no Tapajós, listada na bolsa de Londres e Toronto.
A certificação faz parte do Memorando de Entendimento firmado em 2021, entre a North Star, o governo do Pará e mineradoras de ouro com operação no estado para garantir uma produção responsável e padrões internacionais de produção, refino e comercialização do ouro.
“O grande desafio do país é garantir padrões ESG em toda a cadeia do ouro, que hoje sofre com a desconfiança internacional, causada pelas atividades ilícitas. E para fazer frente a esse desafio criamos o Selo Amarelo, que consiste na certificação e rastreabilidade da origem do ouro que chega a nossa refinaria por meio de tecnologia blockchain, que é um sistema compartilhado e imutável que facilita o processo de registro de transações e rastreamento do metal,” explica Maurício Gaioti, CEO da North Star.
Gaioti acredita que ao adotar a tecnologia blockchain aliada aos padrões de governança e compliance junto as mineradoras parceiras da Nort Star é o caminho para uma produção responsável, verticalizada, transparente e certificada com padrões internacionais, que pode contribuir para melhorar a imagem do ouro produzido no Brasil no exterior.
A Omex que faz parte da holding que lidera a North Star utiliza desde junho deste ano tecnologia blockchain em suas operações de exportação de ouro. “Blockchain já é uma realidade em nossas operações de comércio internacional. Somos pioneiros no uso dessa tecnologia para o trade e agora estamos trazendo esse conceito de rastreabilidade, juntamente com a certificação para as operações da North Star visando justamente dar mais transparência ao processo”, explica Gaioti.
O executivo informa que a North Star inicia sua operação de refino na unidade de Belém em dezembro, em fase de testes e a partir de janeiro de 2023, começa a expandir a produção à medida que for certificando as mineradoras. A unidade industrial em Belém terá capacidade inicial de 24 toneladas por ano, o equivalente 25% da produção de ouro nacional. A meta é aumentar gradativamente a participação no mercado de refino até chegar ao beneficiamento de 48 toneladas do metal ao ano, cerca de 50% da produção de ouro do país.
Jacqueline Scotton, gerente de exportação da Serabi conta que a companhia é a primeira mineradora de ouro do Brasil a adotar certificação e rastreabilidade em sua produção. “Nós temos 22 anos de atuação no Pará, em uma região a qual temos orgulho de estar inseridos e está certificação mostra a nossa constante preocupação com uma mineração responsável que gera riqueza para a região do Tapajós, avalia Scotton.
Selo Amarelo – para certificar a produção das mineradoras que irão refinar sua produção na unidade de Belém, a North Star contratou a Minery, uma startup brasileira, sediada em São Paulo que desenvolveu o Certimine, uma certificação em blockchain, que avalia condições operacionais, humanas, ambientais, de segurança e de integridade.
“O certificado tem como parâmetro normas do Brasil e também internacionais, como os princípios dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Avaliamos mais de 70 parâmetros, entre eles, a presença de trabalho infantil ou análogo a escravidão, utilização de EPIs, grau de impacto ambiental, relacionamento com as comunidades no entorno do empreendimento”, explica Eduardo Gama, CEO da Minery.
Gama destaca que as informações coletadas durante visita de campo são inseridas em blockchain em um passaporte digital. “O passaporte agrega informações que garantem a rastreabilidade do produto até o cliente final e as informações contidas são invioláveis.”
O executivo da Minery informa que a Serabi é a primeira mineradora de ouro com operação subterrânea certificada pela Startup. Técnicos na Minery passaram uma semana na região de Itaituba, no Pará, onde estão localizadas as operações da empresa, vistoriando as minas Palito, São Chico e Coringa e coletando dados e informações que a partir de agora estarão inseridas no passaporte digital.
“Fizemos toda checagem das minas da Serabi, avaliando as condições operacionais, manejo ambiental, normas de segurança, relacionamento com comunidades, capacitação e contratação de mão de obra local e padrões ESG”, conta Gama.
Sobre a North Star Refino S.A.
Fundada em 2017 pela OMEX uma das líderes no comércio de ouro no Brasil, juntamente com investidores internacionais, A North Star é focada no refino responsável de ouro no Brasil e busca se estabelecer como uma das maiores indústrias refinadoras do país, tornando a produção verticalizada e agregando valor ao produto nacional.