31/03/09

Melbourne (Austrália), 31 de Março de 2009 – As ações do Rio Tinto Group, terceiro maior do mundo em mineração, subiram no pregão de Sidney ontem depois que o jornal britânico The Sunday Telegraph informou que a BHP Billiton deverá ressuscitar sua frustrada oferta de compra do grupo. As ações do Rio Tinto, que aguarda aprovação para o investimento de US$ 19,5 bilhões que a Aluminum Corp. of China (Chinalco) pretende fazer na empresa, subiram 0,56%, para 57,20 dólares australianos. Já as ações da BHP, sediada em Melbourne, encerraram o dia com queda de 4,3%, para 32,55 dólares australianos, enquanto o índice referencial em Sidney registrou um recuo de 1,9%.
A BHP deverá reeditar sua proposta pela compra do Rio Tinto ou formar parcerias com o grupo anglo-australiano depois de encontros informais entre a direção das duas companhias, segundo The Sunday Telegraph. A BHP abandonou sua proposta, de US$ 66 bilhões, pela compra do Rio Tinto no ano passado, atribuindo a desistência à queda dos mercados de commodities, à desaceleração da economia mundial e ao alto grau de endividamento do Rio Tinto.
“Tanta coisa mudou desde o cancelamento que sentimos que isso poderá levar a BHP a estudar a reapresentação de uma proposta de compra”, disseram analistas da Liberum Capital, capitaneados por Michael Rawlinson, em relatório apresentado no último dia 27. “Os mercados de capitais estão reabrindo, o que atenua preocupações em torno da possibilidade de financiamento de um novo negócio e da viabilidade das alienações obrigatórias da União Europeia (UE).”
O diretor financeiro do Rio Tinto, Guy Elliot, disse na semana passada ter um plano alternativo para o caso de o pretendido negócio com a Chinalco fracassar. Samantha Evans, porta-voz da BHP, preferiu não comentar a notícia de The Sunday Telegraph.
O secretário do Tesouro da Austrália, Wayne Swan, vai tomar uma decisão sobre a aprovação da proposta da Chinalco depois que receber a recomendação do Conselho de Análise dos Investimentos Estrangeiros. Swan disse ontem ter se reunido com todos os envolvidos na solicitação. “Como é de norma, há solicitações de investimentos externos sobre os quais discutirei com os dirigentes e membros das organizações das duas partes”, disse.
(Gazeta Mercantil/Caderno C – Pág. 7)(Bloomberg News)