CSN oferece US$9,6 bi por Corus e supera Tata Steel
11/12/06
Por Mark Potter e Devidutta Tripathy
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LONDRES/MUMBAI/SÃO PAULO (Reuters) – A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) anunciou na segunda-feira que superou a proposta feita pela indiana Tata Steel pelo grupo anglo-holandês Corus, oferecendo 4,9 bilhões de libras (9,6 bilhões de dólares) pela companhia.
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A Companhia Siderúrgica Nacional informou que pagará 515 pence em dinheiro por ação da Corus, superando a proposta da Tata Steel de 500 pence.
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“Nosso objetivo é destravarmos o valor de nossos ativos em minério de ferro por meio da Corus, transformando-os em efetivos em termos de custos, alta qualidade de produtos siderúrgicos usando as capacidades avançadas de engenharia da Corus e sua excelente plataforma de distribuição européia”, informou o presidente-executivo da CSN, Benjamin Steinbruch, em comunicado.
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A ação da Corus saltava quase 5 por cento, para 524 pence, na expectativa de que uma batalha de ofertas possa elevar ainda mais o valor do papel. Mais cedo a ação chegou a 527 pence.
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“Uma vez que foi uma elevação moderada na oferta, você não pode dizer que foi uma proposta arrasadora da CSN”, disse Rochus Brauneiser, analista da Kepler.
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A Tata Steel, que começou a luta pela aquisição da Corus com uma oferta de 455 pence por ação, informou que está considerando sua posição.
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A conclusão do negócio, seja com a CSN seja com a Tata Steel, criará o quinto maior grupo siderúrgico do mundo e será o mais recente episódio de uma onda de aquisições fomentada por desejo das empresas em alcançar escala global e assegurar reservas de matérias-primas.
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Neste ano, a Mittal Steel comprou a Arcelor e criou a Mittal Arcelor, maior siderúrgica do mundo.
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Analistas disseram que a CSN ficou por cima na batalha porque pode extrair mais economias de custos com um acordo com a Corus. Isso acontece em parte porque a companhia brasileira poderá exportar o minério de ferro que produz para as usinas da Corus na Europa.
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“Estrategicamente é um ativo bem interessante para a companhia (CSN). Existe um movimento das siderúrgicas brasileiras em comprar capacidade lá fora e expandir a capacidade de semiacabados aqui”, disse Kelly Trentin, analista da corretora SLW, que considerou como “cara” a oferta.
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“Sem dúvida é uma oferta muito agressiva, a empresa aumentou em 9 por cento o valor de sua proposta inicial. Vai precisar de muitos recursos para bancar isso”, afirmou Trentin, referindo-se ao valor da oferta mais o programa de investimentos de cerca de 5 bilhões de dólares que a CSN tinha anunciado antes.
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“O mercado tenderá a comparar com a recente aquisição da Inco pela Vale. O mercado ficou ressabiado por conta dos valores”, mas a empresa conseguiu demonstrar capacidade de pagamento.
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Segundo comunicado da CSN divulgado ao mercado, o novo valor proposto pela companhia corresponde a um ágio de cerca de 43 por cento sobre o preço médio da ação da Corus nos últimos 12 meses até 4 de outubro.
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SINERGIAS
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A oferta da CSN avalia a Corus em cerca de 12 vezes a previsão de lucro de 2007, segundo dados da Reuters. As ações da Arcelor Mittal estão sendo negociadas a valores sete vezes maiores que as estimativas de lucro de 2007.
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A CSN deve conseguir economias anuais de custos de cerca de 300 milhões de dólares, sem incluir impostos, até 2009. A companhia também informou que vai injetar 138 milhões de libras em um dos planos de pensão da Corus e aumentar as contribuições de outro até março de 2009.
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Fontes próximas da situação informaram à Reuters que os administradores dos fundos da Corus estavam preocupados sobre o nível de dívida que uma companhia combinada com a CSN terá. A CSN informou que financiará um acordo principalmente com 4,35 bilhões de libras subscritas por Barclays, ING e Goldman Sachs . (Colaborou Alberto Alerigi Jr, em São Paulo)
Reuters