08/12/06

RIO DE JANEIRO (Reuters) – O Brasil vai multiplicar em 11 vezes sua produção de ferro-níquel nos próximos cinco anos, tornando-se um dos maiores produtores mundiais, segundo fontes do setor.
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A produção de ferro-níquel, componente usado em aços especiais, deve saltar das atuais 10.000 toneladas por ano para 114.000 toneladas até 2011 (em termos de níquel contido), devido a novos projetos recentemente anunciados.
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“A maior parte da nova produção será destinada ao mercado exportador, devido à natureza relativamente limitada do mercado doméstico brasileiro”, disse um gerente de mercados internacionais da Votorantim Metais, uma das empresas que anunciaram novos projetos, à Reuters.
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China, Japão e Europa serão as principais áreas a receberem a nova produção brasileira de ferro-níquel, segundo esse gerente. Essa ampliação da produção brasileira ocorre num momento em que tanto a demanda pelo produto quanto os preços estão em alta.
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Os preços do ferro-níquel são vinculados ao preço do níquel metálico na Bolsa de Metais de Londres, que atingiram recordes históricos devido à demora na ampliação da base mundial de mineração de níquel.
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Atualmente, a produção de ferro-níquel no Brasil se restringe à Codemin, de Goiás, ligada à Anglo Base Metals, por sua vez subsidiária da gigante Anglo American, A Codemin produziu 10.000 toneladas de níquel contido no ferro-níquel no ano passado, contra as 6.500 toneladas por ano de anteriormente, segundo a Angle Base Metals.
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Na quinta-feira, o grupo Anglo American anunciou ter autorizado uma nova usina de ferro-níquel em Barro Alto, também em Goiás, onde recentemente começou a funcionar uma nova mina de níquel, que também abastece a usina da Codemin.
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A Votorantim Metais anunciou na semana passada um investimento de 738 milhões de reais na primeira usina de ferro-níquel da empresa e nas instalações energéticas relacionadas. A usina deve começar a funcionar em 2009 junto à mina de Niquelândia, produzindo o equivalente a 10.600 toneladas por ano de níquel contido.
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A Votorantim é atualmente o único produtor de níquel metálico do Brasil, com 23.000 toneladas por ano. O metal também é usado na indústria do aço inoxidável, e grande parte é exportada.
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A Companhia Vale do Rio Doce, que recentemente comprou a Inco, segunda maior produtora mundial de níquel metálico, também pretende entrar na produção de ferro-níquel no Brasil em 2008 ou 2009. A Vale pretende produzir 57.000 toneladas por ano de níquel contido em ferro-níquel na sua mina de Onça Puma, no Pará, num projeto que recentemente obteve as licenças ambientais e vai custar cerca de 1,1 bilhão de dólares, segundo a empresa.

Reuters