Parte da Anglo American é vendida para a China Vision Resources
13/11/06
A família Oppenheimer vendeu um terço de sua participação na Anglo American Plc, a empresa que fundou em 1917 e que se desenvolveu para se tornar a segunda maior mineradora mundial. A participação, de 1,13% do capital da Anglo American, foi adquirida pela China Vision Resources, controlada pelo bilionário chinês Larry Yung, segundo Nicky Oppenheimer, o bisneto do fundador da Anglo. O valor da participação acionária é de 419 milhões de libras esterlinas (US$ 803 milhões), com base no fechamento das ações da Anglo American na quinta-feira passada. Os Oppenheimer vão manter mais de 2% do capital da empresa.
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A venda anunciada na última sexta-feira chama a atenção de analistas para a tentativa da China de fortalecer seu controle de recursos minerais e acelera a transformação da Anglo American a partir de uma produtora de ouro e platina primordialmente sul-africana para uma produtora internacional de metais industriais.
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O principal executivo da Anglo American, Tony Trahar, que se aposentará em março do ano que vem, afirmou no ano passado que a empresa, operante há 89 anos, vai se concentrar nos metais necessários à economia chinesa, em surto de crescimento, e que venderá seus ativos dos setores de ouro, aço, papel e açúcar.
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?A China assumir o controle daquilo que simboliza o velho capital colonial é um fato extraordinariamente significativo?, disse Nic Borain, analista político da Cidade do Cabo que conta entre seus clientes a HSBC Securities.
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?Trata-se do fim de uma era e do início de uma nova, na qual a China terá um papel muito mais significativo na África?, acrescenta. Yung, 64, é a segunda pessoa mais rica da China, segundo a revista Forbes, e presidente do conselho administrativo da Citic Pacific Ltd., uma empresa de investimentos chinesa patrocinada pelo governo, com participações em áreas que vão da siderurgia ao setor imobiliário e ao de aviação.
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De acordo com a Bloomberg, ninguém atendeu aos telefonemas realizados para o escritório de Yung em Pequim. A porta-voz da Anglo American em Johanesburgo, Anne Dunn, preferiu não comentar a transação.
DCI