O futuro sustentável depende de nós
13/12/07
As empresas estão ampliando mercados consumidores, racionalizando custos e melhorando suas imagens em nível corporativo através da gestão ambiental. Os setores produtivos, dentro deste contexto, têm ficado cada vez mais cuidadosos no sentido do consumo de matéria-prima, utilização de energia e para não colocar em riscos com toxidade, o solo, o lençol freático, bacias hidrográficas, reservas florestais e da biosfera, além da própria saúde humana. A legislação ambiental e as pressões públicas têm chamado a luz da responsabilidade a todos nós, de forma que haja comprometimento, acima de qualquer posicionamento vago e sem propósitos.
Existem muitos instrumentos para alcançar a gestão ambiental, a exemplo da disseminação das melhores práticas focadas no meio ambiente; concepção de produtos visando a diminuição dos impactos ambientais durante a produção e também o consumo, com a chancela do ecodesign, autodeclaração ambiental e “commodities ambientais”. Trata-se, portanto, de uma ação ampla e que está de forma estratégica ocorrendo no âmbito das organizações através de programas e práticas, sejam elas de caráter administrativo ou operacional.
Mercadorias originadas de recursos naturais em condições sustentáveis, a exemplo da água, energia, madeira, biodiversidade, reciclagem, minério e controle de emissão de poluentes, têm conquistado o mercado.
Em todo o mundo, são inúmeros os projetos focados no desenvolvimento sustentável. O governo, as organizações não governamentais e a iniciativa privada muitas vezes se unem neste sentido, como forma de garantir melhor qualidade de vida para a coletividade, gerando negócios socioambientais e preservando a vida do planeta.
Há muitas empresas utilizando os recursos naturais no sentido de racionalizar a energia, a exemplo da captação solar, e da água, através do reuso. Por mais simples que estas ações possam parecer, elas fazem a diferença no dia-a-dia. O Senac em Mato Grosso, por exemplo, está neste processo, e desponta no estado como exemplo de instituição preocupada com a prática da gestão ambiental, inclusive inserindo em seu planejamento estratégico, a reutilização racional dos recursos naturais, a reciclagem de matérias-primas e a redução do impacto ambiental das atividades humanas sobre os recursos naturais.
Muitas vezes as ações focadas na preservação ambiental não são grandiosas, em número de público atendido, mas seus resultados refletem, num importante passo em direção de práticas responsáveis e ecologicamente corretas, que tornam este público formador de consciência ambiental. Neste sentido, vale destacar que no próximo ano o Senac/MT vai inaugurar, no primeiro semestre, dois centros de formação profissional nas cidades de Tangará da Serra e Primavera do Leste, com prédios projetados para permitir a redução de custos diretos e indiretos, beneficiando o meio ambiente com o uso da reutilização da água de chuva, dos aparelhos de refrigeração e lavatórios e o uso máximo da iluminação e ventilação natural, para que resultem num conforto térmico. A preocupação com a natureza neste projeto construtivo também foi levada em conta, sendo que todas as áreas foram dotadas de jardins e floreiras, onde também foi projetado um sistema hidráulico que prevê o aproveitamento das águas das chuvas.
A humanidade terá que evoluir para um novo estágio de civilização. Afinal, a cada dia que passa ficam mais escassos seus recursos o que obriga novas formas de produção e consumo. Todos que ousam planejar o futuro, passando por ações de sustentabilidade no campo ambiental, devem pensar no que é exeqüível e mensurável, pois atitudes que podem parecer pouco representativas surtem mais efeito em nível qualitativo do que grandes projetos, que muitas vezes prometem muito em nível quantitativo, mas que não levam nada a lugar nenhum.
Pedro Nadaf é presidente do Sistema Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo Fecomércio/Sesc/Senac de Mato Grosso e secretário de Estado do Desenvolvimento do Turismo.
A Gazeta – MT