Faturamento da industria de MG tem expansão de 7,5%
05/10/07
O crescimento da indústria mineira, até meados do primeiro semestre concentrado em alguns setores como siderurgia e mineração, agora está melhor distribuído, atingindo também os segmentos de química (álcool e petroquímica), calçados, produtos alimentares, bebidas e vestuário. Isso ajudou a manter os indicadores industriais em alta no mês de agosto, com 7,58% de expansão no faturamento em comparação com o mês anterior, índice que sobe para 14,97% em relação a agosto do ano passado e que acumula alta de 10,15% no ano. Essa mudança de cenário favorece a confiança dos empresários e, portanto, a continuidade de investimentos, na avaliação do presidente do Conselho de Política Econômica e Industrial da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Lincoln Fernandes. Segundo ele, Minas é, novamente, destaque nacional, com crescimento expressivo no acumulado do ano nas vendas da indústria, geração de emprego (7,66%), horas trabalhadas (5,52%) e remunerações (8,53%). E o aumento do uso da capacidade instalada, de acordo com Fernandes, que chega a uma média de 86% nos oito primeiros meses do ano, aliada a investimentos já confirmados de R$ 31,8 bilhões até 2010, confirmam a confiança dos investidores e aposta na continuidade da trajetória de expansão. «O mercado interno está puxando esse bom desempenho, já que as exportações sofreram retração de 2,82% no mês», afirma Guilherme Velloso Leão, gerente de Economia e Finanças da Fiemg. As principais forças de crescimento foram praticadas pelos setores de material de transportes, que apresentou alta de 32,96% nas vendas no acumulado do ano, bebidas (20,3%), calçados (15,24%) e mecânica (10,93%). O setor automotivo tem a seu favor, segundo Leão, aumento de renda e emprego, oferta de crédito a juros menores e prazos mais longos. Os dados do IBGE sobre produção física mostram que, em julho, o setor cresceu 18,22% em Minas Gerais, contra 11,3% no país. Já a indústria de calçados começa a apresentar os reflexos do aquecimento para as vendas de final de ano e da nova coleção. Além disso, ressalta Lincoln Fernandes, 2006 foi um ano com base fraca e essa recuperação em 2007 mostra já um resultado de ações antidumping criadas pelo Governo federal para segurar a entrada dos produtos chineses. O setor de mecânica foi o que apresentou melhor desempenho na geração de emprego (28,34%) no acumulado do ano, contratando mais para poder atender às encomendas aquecidas em função do alto número de investimentos e expansões, tanto no Estado como em todo o país e no mundo. Em agosto o faturamento do setor teve alta de 79,71% em relação a julho e 118,78% em comparação com o mesmo mês do ano passado. Aquecimento não ameaça controle de preços, diz IBGE RIO- O ritmo de crescimento industrial acima da inflação medida pelo IPCA em 2007 mostra que o aquecimento econômico não ameaça o controle de preços, destacou ontem o chefe da coordenação de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Sílvio Sales. ½Isso mostra uma qualidade do crescimento (da atividade) com inflação declinante?, disse. No acumulado de janeiro a agosto de 2007, a produção industrial cresceu 5,3%, enquanto o IPCA registrou variação de 2,8%. Para Sales, os números deixam claro que não há pressão do aquecimento da economia sobre os preços. Em 2006, lembrou, a produção industrial cresceu 2,8%, enquanto a inflação medida pelo IPCA apresentou variação de 3,1%. Em 2005, a situação foi similar, sendo que a produção aumentou 3,1% e o IPCA cresceu 5,7%. A indústria voltou a crescer de forma significativa em agosto, após a queda de 0,4% na produção em julho ante junho, segundo Sales. Na série dessazonalizada, o setor apresentou expansão de 1,3% no mês frente a julho, informou o IBGE. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a indústria teve crescimento de 6,6% na produção e ficou acima das estimativas (entre 4,8% e 5,3%). Sales sublinhou que o crescimento apurado em agosto ocorreu de forma espalhada, atingindo todas as categorias de uso, e mostrou que o resultado de julho havia sido apenas uma acomodação do setor. Para ele, os fatores de sustentação do crescimento industrial são a expansão do investimento – como mostram os dados de bens de capital -, o aumento da demanda interna e o bom desempenho de bens de consumo duráveis, por causa da manutenção das condições favoráveis de crédito e do mercado de trabalho, onde há aumento do número de ocupados e do rendimento. Sales destacou ainda que as exportações continuam dando uma contribuição positiva para a produção industrial, ainda que a liderança de influência benéfica esteja com o mercado interno.
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