Mina de Itataia terá carta-convite
03/09/07
O governador Cid Gomes, acompanhado do irmão deputado federal Ciro Gomes (PSB), saiu satisfeito de reunião ontem com o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, em Brasília. Ficou acertado que no próximo dia 6 de setembro será aprovada uma carta-convite a ser enviada a empresas interessadas na exploração de fosfato, na mina de fosfato e urânio de Itataia, em Santa Quitéria – a 212 km de Fortaleza. O documento sairá de reunião do Conselho de Administração da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), empresa de economia mista, vinculada à Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e subordinada ao Ministério. A carta é o passo inicial para finalmente o projeto avançar. A INB é a detentora do monopólio na exploração de urânio no País e Itataia é a maior reserva de urânio do Brasil, usado para alimentar usinas atômicas, todavia tem viabilidade econômica dependente da exploração do fosfato associado. Noutros termos, a extração de urânio depende da produção de ácido fosfórico – insumo da produção de fertilizantes. Há o entendimento de que não é possível dar a concessão apenas. A paulista Tortuga, em implantação no Complexo do Pecém ao custo declarado de R$ 50 milhões (30% próprios e o restante do BNB), obtivera a licença estadual para a exploração assinada pela Semace. Contudo, verificou-se não ser o suficiente, segundo uma fonte oficial. Daí o Governo ter voltado atrás e buscado o aval federal. A Tortuga é, a propósito, a empresa hoje mais interessada no projeto. No Pecém vai fabricar fertilizantes, cujo insumo básico é o fosfato. Sem Itataia, teria de importar. O depósito de Santa Quitéria fica no chamado Distrito Fósforo-Uranífero P-U, na parte central do Ceará, a cerca de 45 Km a sudeste de Santa Quitéria. O Distrito P-U divide-se em duas unidades tectônicas conhecidas como Cinturão Dobrado de Jaguaribe e o Maciço de Santa Quitéria. Estudos da INB apontam para uma jazida com reservas geológicas de 142,5 toneladas de urânio associado ao fosfato. Na mesma jazida pode-se aproveitar também cerca de 300 milhões de m³ de mármore, totalmente isento de urânio.
O Povo