90% das reservas de bauxita estão em Áreas de Preservação Permanente
02/09/07
Estudo da CBA revelou que existem 2.500 pequenas jazidas distribuídas em APPs. E que cada uma, apresenta em média, 100 mil toneladas de bauxita De acordo com pesquisa mineral realizada, entre 1980 e 2007, pela Companhia Brasileira de Alumínio(CBA), 90% das reservas brasileiras de bauxita (matéria-prima do alumínio) estão em Áreas de Preservação Permanente (APPs). O estudo foi feito numa faixa de 220 km de extensão por 30 km de largura, desde São João Nepomuceno, ao sul, até Manhuaçu, ao norte, apresentando 50 mil amostras. O diretor da companhia, Carlos Augusto Parisi, revelou no Seminário ?Bauxita e Alumínio: Desafios e Perspectivas? (promovido pelo Instituto Brasileiro de Mineração), realizado em Belo Horizonte (MG), nos dias 28 e 29 de agosto, que existem em torno de 2.500 pequenas jazidas (corpos de bauxita) distribuídas nestas APPs. E que a reserva média por corpo apresenta 100 mil toneladas do minério. Para ele, esta quantidade enorme de jazidas representa um grande problema para a exploração, por causa da variedade de corpos diferentes em tamanho e teores.
Além das dificuldades citadas, Parisi diz que o processo de licenciamento ambiental vigente e a morosidade na análise destes processos podem comprometer a competitividade do Estado no atendimento à crescente demanda mundial de alumínio. ?A ocorrência da bauxita é modular e a extração de minério é feita num curto espaço de tempo. Levamos de dois a três anos para obter o licenciamento ambiental de uma área com menos de dez hectares, por exemplo, que será minerada em apenas seis meses?, desabafou.;PrevisõesA CBA é uma das maiores empresas produtoras de alumínio no mundo. Participa em 26% na produção de alumínio primário e é considerada a maior fábrica produtora da América Latina. O crescimento médio anual é de 10% desde o início das atividades, em 1955. E, a companhia tem capacidade de produção de 475 mil toneladas por ano de alumínio primário.A previsão, de acordo com Parisi, é que a capacidade de produção de alumínio primário seja de 1 milhão de toneladas por ano. E que até o final de 2007, a unidade de Barro Alto, em Goiás, esteja em funcionamento. Como também, a da Mineração de Mirai, em 2008, onde a companhia investiu US$ 150 milhões, para produzir 1,25 milhão de toneladas/ano de bauxita.A CBA abastece a sua planta com bauxita extraída de Poços de Caldas e Itamarati (1,5 milhão toneladas/ano), na Zona da Mata. O rendimento da empresa é o seguinte: de 12 toneladas de bauxita bruta (ROM), retira 6 toneladas de bauxita lavada, 2 toneladas de óxido de alumínio e, no final, 1 tonelada de metal (alumínio).;A companhia, preocupada com questão ambiental, destina 28% do complexo industrial para preservação e reflorestamento.No país, 95% da bauxita é metalúrgica e, 5%, refratária. Na média, a bauxita brasileira contém de 35% a 55% de óxido de alumínio.Foto: Jair Campos
Assessoria de Imprensa do IBRAM