MMX já planeja expandir minas
24/08/07
São Paulo – Novos projetos podem elevar a capacidade a 74 milhões de toneladas de minério de ferro. A MMX Mineração e Metálicos ainda está na fase final de implementação da primeira etapa do segundo de seus três projetos de minério de ferro, mas já avalia os próximos passos para crescer, que devem incluir expansões em suas minas de Amapá e Minas-Rio e na recém adquirida AVG Mineração. Estimativas iniciais prevêem uma ampliação de cerca de 85%, para até 74 milhões de toneladas, ante as 40,5 milhões de toneladas que a companhia deve produzir a partir de 2010, considerando os projetos já em execução e ativos existentes. Com recursos em caixa além das necessidades atuais, os executivos da companhia também não descartam a possibilidade de novas aquisições. “Há uma tendência de aquisição de pequenas mineradoras de Minas Gerais, como temos visto este ano”, disse o diretor-geral e de relações com investidores da MMX, Rodolfo Landim, referindo-se não apenas à AVG como também à Magnesita, comprada na semana passada pela GP Investimentos. “Estamos de antenas ligadas. Temos recursos em caixa e um parceiro estratégico, a Anglo American, que já anunciou a intenção de crescer em minério de ferro”, disse, durante reunião na Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec), realizada ontem em São Paulo. Com a venda de 49% da participação no Sistema MMX Minas-Rio para a Anglo American, a mineradora do empresário Eike Baptista possui em caixa US$ 970 milhões, acima dos US$ 650 milhões necessários para fazer frente aos investimentos de US$ 2,7 bilhões no projeto, uma vez que cerca de 75% dos custos deverão ser financiados. O projeto, cujas obras se iniciam durante o segundo semestre deste ano, prevê uma mina com capacidade para produzir 26,6 milhões de toneladas por ano, um mineroduto de cerca de 525 quilômetros e um porto com capacidade para estocar 2,6 milhões de toneladas. O sistema deve começar a operar em 2009, quando iniciará a segunda fase do projeto, de construção de uma pelotizadora de 7 milhões de toneladas anuais, que ficará pronta em 2011. Para o início da próxima década está sendo avaliada a duplicação da mina, que atingiria 53 milhões de toneladas anuais de minério de ferro. “Já há aprovação da ampliação por parte dos investidores. Até o final de 2008 devemos terminar os estudos de viabilidade, o que permitiria a expansão a partir de 2011 ou 2012”, disse o diretor jurídico da MMX, Paulo Gouvêa. Até o final deste ano, a empresa deve iniciar a operação da mina do Sistema MMX Amapá, que terá capacidade para produzir 6,5 milhões de toneladas anuais, no qual estão sendo aplicados US$ 357 milhões. Enquanto executa a segunda fase do projeto, de mais US$ 643 milhões para a construção de uma usina de ferro-gusa com capacidade de 2 milhões de toneladas por ano e de uma outra de semi-acabados, de 500 mil toneladas anuais, a MMX avaliará a possibilidade de expandir a mina. “Os investimentos em Amapá já foram ampliados por conta da mudança de escopo da unidade de beneficiamento, assim será possível expandir a mina com o minério mais duro que fica abaixo do que vamos minerar inicialmente”, disse Gouvêa. Já para a AVG Mineração, que este ano deve produzir cerca de 2,5 milhões de toneladas, a companhia aguarda a conclusão do negócio, prevista para o próximo mês, para iniciar estudos de viabilidade de expansão. Segundo avaliações iniciais, a MMX estima que seria possível ampliar a produção na mina de Serra Azul para entre 8 a 10 milhões de toneladas anuais. No total, a companhia está investindo US$ 3,94 bilhões, acima dos US$ 3,6 bilhões inicialmente previstos. Gouvêa ressaltou que o aumento leva em consideração modificações nos projetos e também a forte demanda por máquinas e equipamentos para mineração. Nucor A MMX também busca projetos para estimular a expansão do Porto do Açu. Neste caso, a companhia quer aproveitar a infra-estrutura logística para fornecer pelotas para um usina siderúrgica, com capacidade para produzir cerca de 5 milhões de toneladas de aço. De acordo com Gouvêa, já existem conversas com várias empresas, mas não há nada formalizado. Sobre a possibilidade de que a parceira seria a Nucor, que teria se interessado em investir na região, o executivo disse apenas que “não tem nada certo com a Nucor, mas eles seriam mais que bem-vindos”. Além disso, a mineradora conversa com investidores sobre a instalação de uma termelétrica movida a carvão. “Podemos aproveitar o frete, com os navios que normalmente vêm vazios, para trazer carvão”, explicou o diretor jurídico.
Gazeta Mercantil