Para Vale do Rio Doce, crise é correção de rota
20/08/07
O movimento atual do mercado é uma correção de rota que não terá longa duração, na avaliação do diretor financeiro da Companhia Vale do Rio Doce, Fábio Barbosa. Em entrevista ao Estado , o executivo mostrou-se relativamente tranqüilo em relação à crise financeira que esta semana chegou ao ápice mas que, na sua opinião, não chegará tão fortemente à “economia real”. Ele admite, contudo, que ainda espera por conseqüências de segunda ordem. “Está havendo um ajuste natural de correção de exageros. O cenário no mercado financeiro era de uma liquidez muito forte. E, em casos assim, é natural haver distorções na alocação de ativos. A crise está ocorrendo nitidamente sob a ótica financeira, sem impacto na economia real. Paralelamente a isso, o mundo continua a crescer. Depois de tudo, é claro que vai haver também um ajuste de correção. Não é razoável achar que a economia real vai ficar a mesma coisa. Mas, não haverá estagnação”, diz Barbosa. Maior exportadora líquida brasileira (com maior saldo na relação entre vendas e compras externas), a Vale do Rio Doce é uma gigante global em mineração, a terceira do ranking mundial. A empresa está nos dois extremos da balança em meio à situação econômica atual: tem receita em dólar, o que eleva os ganhos com a alta da moeda americana. Mas também tem endividamento dolarizado, ou seja, perde do outro lado. Negocia minérios, mas seu principal produto, o minério de ferro, segue os contratos de longo prazo não estando sujeito às oscilações imediatas de preço. Mas as negociações podem acabar refletindo as turbulências de mercado.
O Estado de S.Paulo