17/08/07

A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) planeja construir a terceira linha da Estrada de Ferro Vitória a Minas até o final de 2009 em Ipatinga (Vale do Aço), com extensão de 15 quilômetros, a fim de atender a expansão da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A (Usiminas), mediante aporte de US$ 120 milhões. A informação foi dada ontem pelo diretor executivo de Logística da CVRD, Eduardo Bartolomeo, em Ouro Preto, na região Central de Minas Gerais, durante solenidade que marcou a ampliação do pátio ferroviário Costa Lacerda. Para atender a demanda, segundo Bartolomeu, mais importante que solucionar o gargalo logístico da Serra do Tigre, no Alto Paranaíba, por onde passa a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) – controlada pela Vale -, ligando a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) a Goiás, é eliminar o entrave ferroviário na Capital. A estimativa é que sejam aportados cerca de US$ 120 milhões para corrigir a travessia de Belo Horizonte. Entretanto, conforme o executivo, antes de iniciar a execução da correção da travessia é necessário que o projeto seja discutido com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), governo do Estado e órgãos relacionados, como o Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit). A expectativa é que a mineradora seja liberada para iniciar a obra ainda neste ano, segundo o diretor de Logística da Vale. Em consequência do aumento da demanda mundial por minério de ferro, a CVRD tem realizado elevados aportes em infra-estrutura logística nos últimos anos. Apenas em 2007 serão investidos US$ 784 milhões, aproximadamente. Dentro deste montante estão parte dos R$ 232 milhões que foram aplicados no período de dois anos na duplicação do pátio Costa Lacerda, localizado em Santa Bárbara, município próximo a Ouro Preto. Mineradora duplicou pátio de Costa Lacerda e investirá US$ 120 milhões na transposição da Capital.Brucutu – Bartolomeo informou também que o objetivo do investimento em Costa Lacerda é permitir que a EFVM, que liga a Capital ao porto de Tubarão, em Vitória (ES), possa atender o aumento do volume de minério de ferro na ferrovia, gerado principalmente por Brucutu, mina da Vale localizada em São Gonçalo do Rio Abaixo (região Central), inaugurada no início de outubro do ano passado e que possui capacidade anual de 30 milhões de toneladas, cerca de 10% do total estimado pela companhia para este ano. “O objetivo desse aporte foi permitir que o pátio Costa Lacerda continue atendendo a demanda de carga geral e possa atender também o aumento do volume de minério de ferro que será escoado pelo porto de Tubarão”, informou o diretor de Logística. Com a expansão, o pátio Costa Lacerda passa a ser o segundo maior da América Latina, perdendo apenas o pátio da própria Vale no porto de Tubarão. Ao todo, o pátio passou a contar com cinco linhas duplificadas, que se estendem por sete quilômetros de extensão, possuindo capacidade de formar e desmembrar trens para o transporte de minério de ferro com até 320 vagões, sendo que a média é de 80 vagões para cada locomotiva. Durante a ampliação, foram gerados 1,1 mil postos de trabalho. Ainda de acordo com Bartolomeo, é possível que a mineradora opte por transformar o pátio Costa Lacerda em porto-seco, com o objetivo de agilizar a importação e exportação de cargas transportadas pela EFVM.

Valor Econômico