Vendas, emprego e salário crescem
14/08/07
A vendas industriais do Estado cresceram quase 22% no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado. Contribuíram para o resultado o aquecimento da demanda interna, por causa da queda dos juros e da ampliação do crédito ao consumidor, o cenário internacional favorável e o crescimento da geração de empregos. O bom momento gerou contratações e uma expansão do emprego industrial em Goiás, que cresceu 8,17% no período, segundo a pesquisa Indicadores Industriais, divulgada ontem pela Federação das Indústrias de Goiás (Fieg). , a queda do desemprego e a recuperação do agronegócio também ajudaram a impulsionar a atividade industrial neste primeiro semestre do ano. Para o coordenador-técnico da Fieg, Welington da Silva Vieira, o momento atual é de consolidação de um processo de recuperação e início de uma expansão efetiva da indústria goiana, que ampliou em 9,35% as horas trabalhadas de janeiro a junho. ?Isso significa que nossa indústria está com mais gás.? A única retração de vendas foi verificada nas usinas do setor alcooleiro, que venderam 27% menos este ano por causa da queda dos preços do álcool e de uma política de formação de estoque nas grandes empresas. Welington Vieira lembra que o desempenho das vendas industriais é influenciado pelo comportamento dos preços. Com relação ao emprego, as indústrias de produtos alimentícios contrataram 10,8% mais no primeiro semestre, com o início das operações de vários investimentos feitos no Estado. Como conseqüência da expansão do emprego industrial, a massa salarial também cresceu 13,46% de janeiro a junho. Com a ampliação das vendas, mais contratação de mão-de-obra e investimentos na aquisição de maquinário pelas indústrias, também houve uma maior utilização de máquinas e equipamentos dentro das empresas. O nível médio de utilização da capacidade instalada (UCI) no semestre foi de 82,7%. Welington Vieira lembra que essa margem ainda oferece espaço para crescimento das vendas sem ameaça inflacionária, desde que até uma margem de segurança de 88%, quando acende a luz vermelha para novos investimentos. Metais As indústrias metalúrgicas tiveram o melhor desempenho do semestre no Estado, com crescimento de 109% das vendas em relação a 2006, seguido pelo setor mineral, que vendeu 60% mais no período. Para o coordenador técnico da Fieg, as vendas da metalurgia foram favorecidas pelo aumento das exportações e dos preços no mercado internacional. O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Goiás, Hélio Naves, explica que esse aumento das vendas é resultado do crescimento das exportações de nióbio e ferro-níquel, produtos da mineração fundidos e transformados em metais. Portanto, o incremento das vendas na indústria metalúrgica tem relação direta com o aumento da extração mineral no Estado. Com isso, as metalúrgicas foram as indústrias que mais ampliaram suas horas trabalhadas no semestre: 14,5% mais que no mesmo período de 2006. Hélio Naves ressalta o crescimento de quase 6% do emprego e de 19,6% da massa salarial nas indústrias metalúrgicas em função desse aumento da demanda mundial por minérios. Welington Vieira ressalta que os setores que apresentaram nível de crescimento menor suportam os efeitos da valorização do real frente ao dólar, com perda de competitividade internacional. Segundo ele, o desempenho da indústria poderia ter sido maior se não fossem fatores negativos como a elevada carga tributária e os problemas de infra-estrutura enfrentados pelo País, como as condições desfavoráveis das estradas para o escoamento da produção.
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