Brasil compra mais fosfato da Tunísia
10/08/07
O Brasil importou 282,8 mil toneladas de fosfato tunisiano entre janeiro e julho deste ano. O crescimento foi de 226% sobre o mesmo período de 2006. Em receita, as compras aumentaram 337% e ficaram em US$ 66,25 milhões. O bom desempenho da agricultura mundial está impulsionando as vendas do produto, usado para fabricação de fertilizantes.São Paulo ? O Brasil aumentou em 337% as suas importações de fosfato da Tunísia, país árabe que fica no Norte da África, nos sete primeiros meses deste ano em comparação ao mesmo período de 2006. As compras brasileiras de fosfato tunisiano ficaram em US$ 66,25 milhões entre janeiro de julho de 2007, contra US$ 15,15 milhões nos mesmos meses do ano passado. O fosfato é utilizado principalmente na produção de fertilizantes. “Como a produção agrícola brasileira tem aumentado, há necessidade de mais fertilizantes para as lavouras”, diz o secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby. Em volume, as importações brasileiras de fosfato da Tunísia também aumentaram, mas em menor proporção. Elas saíram de 86,5 mil toneladas entre janeiro e julho do ano passado para 282,87 mil toneladas no mesmo período deste ano. O aumento foi de 226%. “O mercado mundial está aquecido. A oferta foi reduzida nos últimos anos e a demanda aumentou, então os preços explodiram”, explica Tomás Huyer, da Intertrade Group, empresa gaúcha que trabalha com importação do produto. De acordo com ele, entre os principais fatores para o aquecimento da demanda mundial do fosfato estão a produção de etanol, que vem ganhando fôlego no Brasil e nos Estados Unidos, e também o cultivo da soja, em função dos bons preços da commodity. De acordo com Huyer, o consumo brasileiro de fertilizantes começou a se recuperar no ano passado, depois de enfrentar um período de baixa, em 2005, o que está se refletindo nas importações da Tunísia. O consumo, que em 2005 estava em cerca de 18 milhões de toneladas deve ir para mais de 23 milhões este ano. A maior parte das compras brasileiras da Tunísia, no setor, foi de superfosfato. O produto, que é semitransformado, pode ser utilizado para fabricação de adubos e também para aplicação direta na lavoura. O Brasil também comprou fosfato diamônio do país árabe, que tem o mesmo destino que o superfosfato, e fosfatos de cálcio naturais e moídos, que são aplicados diretamente no solo. Apesar de muitos países utilizarem a rocha fosfática, que é o que a Tunísia produz, para aplicação direta no solo, a utilização do produto é para a fabricação de adubos. A Tunísia está entre os cinco maiores fabricantes de fosfato do mundo. A mineração está entre as suas principais atividades econômicas. O país árabe tem, porém, uma economia diversificada. Também tem forte atividade nos setores industrial, agrícola, de energia e turismo. Entre os recursos naturais existentes em território tunisiano estão petróleo, fosfato, ferro, chumbo, zinco e sal. Na mineração, a produção maior é de fosfato e de ferro. O país tem um Produto Interno Bruto de US$ 30 bilhões e população de cerca de 10 milhões de pessoas. A economia cresce cerca de 5% ao ano.
Anba