DNIT fica com 90,8% das verbas do PAC
24/07/07
O Partido da República luta para efetivar o diretor do Dnit, órgão que tem mais verba do que vários ministérios Brasília. Análise dos investimentos feitos até agora pelo governo federal em projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) mostra por que o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) tem sido constante alvo do interesse dos partidos aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com orçamento maior do que muitos ministérios, o DNIT exibe um raro desempenho: dos quase R$ 341,7 milhões empregados em novos projetos do PAC, R$ 310,4 milhões, ou 90,8%, foram para o DNIT investir em obras nas estradas. Por outro lado, dos oito ministérios que deveriam receber recursos do PAC neste ano, três ainda não viram nenhum centavo: Defesa, Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia. O levantamento leva em conta apenas pagamentos feitos pela União para projetos iniciados a partir do lançamento do PAC, em janeiro. Não inclui os chamados restos a pagar, de projetos começados em anos anteriores. O governo federal planeja investir sozinho – sem as estatais – R$ 7,5 bilhões em ações do PAC até o fim do ano. Os R$ 341,7 milhões pagos representam apenas 4,5% do total a ser investido. Em valores empenhados (contratados, mas não pagos), os investimentos no programa chegam a R$ 3,2 bilhões – o equivalente a 42,5% do total. O setor de transportes é o grande beneficiado pelos investimentos. Dos R$ 7,5 bilhões reservados para o programa, 74,5%, ou R$ 5,6 bilhões, serão destinados ao setor. Com exceção de R$ 145,2 milhões que caberão à Secretaria Especial de Portos, o restante será administrado pelo Ministério dos Transportes, comandado por Alfredo Nascimento, do Partido da República (PR), ao qual também é filiado o ex-governador do Ceará, Lúcio Alcântara. O partido anda insatisfeito com a demora na efetivação de Luiz Antônio Pagot, indicado pelo governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, presidente do PR, para a diretoria-geral do DNIT. Mas Pagot ainda depende da aprovação pelo Senado. Contemplado provisoriamente com o Ministério dos Transportes, o PR também pretende indicar cargos fora da pasta, mas, por enquanto, a maior preocupação é garantir as diretorias do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit). O partido quer emplacar o ex-deputado federal Miguel de Souza (PR-RO), que não se reelegeu, em alguma diretoria. A mais cobiçada é a de planejamento. (Fonte: Diário do Nordeste/CE)
Diário do Nordeste