Desembolso do BNDES cai no semestre
24/07/07
Pedro Nadaf, da Fecomércio, diz que menor desembolso ao setor retraiu investimentos Os desembolsos liberados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para Mato Grosso no primeiro semestre deste ano sofreram queda de 6,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. Nos primeiros seis meses de 2007 as aplicações totalizaram R$ 579,788 milhões contra R$ 620,583 milhões em período similar do ano anterior. Os recursos destinados ao Estado foram para investimentos nos setores da agropecuária, indústria, comércio e serviços. Conforme dados do agente financeiro, mesmo com a redução no valor dos desembolsos no primeiro semestre de 2007, o número de operações para solicitação de recursos aumentou 75,3%, passando de 1,762 mil no ano passado para 3,089 mil este ano, o que significa que mais empresas tiveram acesso aos financiamentos, mesmo com valor inferior. Entre os setores que registraram queda nas aplicações via BNDES está o de comércio e serviços. No ano passado, o banco aplicou R$ 334,154 milhões no segmento, ante os R$ 143,656 deste ano, uma redução de 57%. Para o presidente da Federação do Comércio de Mato Grosso (Fecomércio-MT), Pedro Nadaf, a retração nos investimentos ainda é conseqüência da crise no agronegócio que refletiu significativamente nas aplicações realizadas nos dois últimos anos. “Houve desaceleração na busca por investimentos, e os recursos que foram registrados nos anos anteriores ocorreram em decorrência de projetos entregues ao BNDES antes da crise. Dessa forma, os desembolsos solicitados este ano também só poderão ser contabilizados no ano que vem”, analisa Nadaf. Ele diz que as aplicações do setor são na melhoria da estrutura física e aquisição de tecnologia. Outro segmento que sofreu redução nos desembolsos foi a indústria extrativa. No primeiro semestre de 2006 foram aplicados no Estado R$ 870 mil contra R$ 211 mil este ano, uma queda de 75,74%. Na avaliação do assessor Econômico da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Carlos Vitor Timo, a redução pode ser consequência de poucos projetos liberados para o setor no período, o que tende a aumentar até o final do ano. “Há projetos para o segmento de mineração que devem ser liberados nos próximos seis meses”, diz Timo. O economista afirma que os números podem cair também na armadilha estatística, que ocorre quando grandes cifras são comparadas com outras inferiores ou superiores, cuja variação percentual passa dos 100%. “Pode ser que a solicitação dos recursos ocorreu há dois anos, como nas usinas de geração de energia, mas que só agora foi liberado”. Foto: A Gazeta – MT
A Gazeta – MT