Vale acerta acordo com Dioro para a exploração de urânio na Austrália
18/07/07
Mineradora brasileira faz parceria com participação de 60% em dois projetos A Companhia Vale do Rio Doce acertou sua entrada em mais um segmento de exploração mineral, a do urânio. Ontem, a empresa australiana Dioro Exploration informou ter assinado acordo com a Vale para o desenvolvimento e exploração de urânio em dois projetos da companhia, Kunderong e Kennedy, ambos localizados no Oeste da Austrália. A Vale não comentou o acordo. De acordo com os termos do contrato, a Vale vai desembolsar 4 milhões de dólares australianos (cerca de R$ 6,48 milhões) pelos próximos quatro anos, o que lhe dará 60% sobre os direitos do urânio explorado, com retirada mínima de 800 mil dólares australianos (R$ 1,296 milhão) . A Dioro vai conduzir o gerenciamento da exploração do urânio e, para tanto, contratou o serviços de Peter Robinson como administrador do projeto. O executivo é considerado expert no assunto, com mais de 14 anos de experiência de na exploração do minério na Austrália. Em novembro de 2006, a Dioro descobriu algumas reservas de urânio após radiometria e pesquisas magnéticas, que identificaram sinais da presença do metal pesado em área de 74 quilômetros quadrados do projeto. A Dioro afirmou que a área onde as reservas estão localizados é uma das mais promissoras da Austrália. De acordo com nota divulgada pela Dioro, as explorações devem começar no início de setembro, com novas análises eletromagnéticas sobre a região de Kunderong e em parte da Kennedy. Os estudos vão permitir mais informações geológicas e de viabilidade para a execução dos projetos. Iniciativa é elogiadaO diretor de Exploração da Dioro, Rhod Grivas, afirmou que o acordo foi excelente iniciativa para ambas as partes, pois permitirá que a Dioro mantenha o foco no desenvolvimento de seus projetos de ouro, ao mesmo tempo que a Vale realiza sua entrada no segmento de urânio na Austrália. `Estamos felizes por termos fechado acordo com uma das maiores mineradoras do mundo. A Vale não tem apenas o suporte financeiro e tecnológico para a exploração da reserva de Kunderong, mas de acordo com os termos do contrato, irá ter fundamental participação na exploração, o que é muito importante para nós`, disse Grivas. O urânio é utilizado, principalmente, pela indústria nuclear, que tem apresentado perspectivas de expansão mundial. No Brasil, por exemplo, o governo federal decidiu pela retomada do projeto de Angra 3. Em 12 meses, o urânio acumula alta de 189,3%, com a cotação saltando de US$ 46 em meados de julho de 2006 para US$ 133 ontem.
Jornal do Commércio – RJ