BHP reforça atuação no segmento
13/07/07
Do Rio – A BHP Billiton, primeira no ranking mundial de mineração, acaba de indicar um brasileiro, Nelson Silva, ex-Vale do Rio Doce, para ser o presidente mundial da companhia na área de alumínio. O anúncio foi feito esta semana. Silva vai pilotar uma área em expansão na multinacional, que é a sexta no ranking mundial do alumínio. Com participação em fundições de alumínio, refinaria de alumina e minas de bauxita em seis países – Austrália, África do Sul, Moçambique, Brasil, Suriname e Guiné -, a estratégia da multinacional é de busca de oportunidades de negócios de classe mundial, seja através de fusões e aquisições, seja por novos negócios ou expansão. Aldo Albanese, que comanda os negócios de alumínio da BHP Billiton no Brasil, não quis comentar os rumores de que a empresa está disposta a fazer uma oferta pela Alcoa, mas admitiu que por ser um ativo capaz de adicionar valor é visto como interessante. A grande questão do alumínio, segundo ele, é o preço da energia. Entre 25% a 30% do custo de produção do metal é com energia. Isso explica porque a BHP Billiton procura investir onde o insumo é mais barato. Ela tem uma fundição de alumínio em Moçambique, onde a energia é barata, e mais duas na África do Sul (Bayside e Hillside). No Brasil, onde a energia não é considerada barata pela companhia, ela participa com 40% na unidade de produção de alumínio da Alumar. Para o executivo, o desafio no Brasil para quem investe em alumínio é obter energia a preço competitivo. Além de ser sócia da Alumar, a BHP Billiton é parceira da Vale e outras empresas na Mineração Rio do Norte, onde tem 15%. Em termos de refinaria de alumina e de mina de bauxita, a BHP Billiton está investindo num complexo no Suriname, onde tem fatia de 45% no negócio. E tem um estudo de viabilidade para desenvolver um projeto na Guiné, na costa oeste da África, com dois sócios, que envolve mineração de bauxita e construção de uma refinaria. Na Austrália, tem uma refinaria de alumina, a Worsley, adquirida da Alcoa, quando a empresa americana comprou a Reynold`s, em 2002. A Alcoa foi obrigada a se desfazer deste ativo pelos órgãos de concorrência australianos. Hoje, segundo Albanese, as possibilidades são aquisições de grande porte. A seu ver, esses negócios implicam na necessidade de uma análise rigorosa por parte dos candidatos à compra, além de boa disponibilidade de caixa. “A BHP Billiton, há três meses, anunciou recompra de ações em volume significativo, o que é tradução de disponibilidade de caixa”, disse o executivo, indicando que está pronta para ir à caça.
Valor Econômico