Simpósio discute problemas e soluções para mineração no Tapajós
21/05/07
Da RedaçãoAgência Pará
Os mineradores do Tapajós decidiram cobrar do governo regras claras e bem definidas sob o ponto de vista ambiental, assim como a definição das competências dos órgãos federais e estaduais para o licenciamento ambiental para a mineração nas Florestas Nacionais (Flonas). Nas áreas de proteção ambiental esse licenciamento é feito pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (Sectam). O Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) autoriza apenas pesquisa e lavra, mas, sem a licença ambiental, as empresas não podem operar. E o ouro existente na região já não pode ser extraído por lavra manual. A posição dos mineradores foi tomada no I Simpósio da Província Aurífera do Tapajós, realizado nos dias 19 e 20 deste mês, com o objetivo de incrementar as atividades de exploração mineral na região e debater com autoridades das esferas governamentais problemas e soluções para a mineração em bases sustentáveis. O seminário ocorreu em Itaituba (PA), a 940 quilômetros de Belém, e contou com a participação do vice-governador, Odair Corrêa. Ele louvou a iniciativa dos mineradores no sentido de debater a questão e disse que o governo do Pará está pronto para formar parceria com as empresas que queiram trabalhar dentro das normas ambintais vigentes. “Não podemos continuar com um subsolo rico, sendo detentor de reservas de praticamente todos os minerais existentes no Planeta, enquanto pelo menos um milhão das sete milhões de pessoas que vivem no Pará passem fome”, disse Odair. Ele defende a exploração racional dos minérios e lamentou que muitas empresas só queiram explorar as riquezas paraenses e amazônicas, sem deixar nenhuma compensação para as populações. “A governadora Ana Júlia Carepa e eu fomos eleitos para fazer a diferença, inverter prioridades e descentralizar o governo. Nossa opção é pelos mais carentes e estamos prontos a colaborar com as empresas que queiram ser parceiras de fato”, advertiu Odair Corrêa. O evento constou de seminários interativos, visando motivar a participação de todos os envolvidos. Foram apresentados quatro seminários, divididos ao longo dos dois dias de evento: Fomento à exploração mineral: passado e futuro; Acesso às Áreas, Restrições Ambientais à Exploração Mineral no Tapajós; Geologia, Geofísica e Metalogenia da Província Aurífera do Tapajós e Novas Tecnologias Exploratórias para a Amazônia; e Principais Depósitos Minerais da Província Aurífera do Tapajós. Ao fim das palestras, foram realizados ainda debates, com o encaminhamento das propostas discutidas. O simpósio é uma promoção da Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira (Adimb) e contou com apoio da Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral (SGM-MME), do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
Agência Pará