Alcoa oferece US$ 33 bi pela Alcan
08/05/07
A nova empresa teria faturamento de US$ 54 bilhões e atuação em 67 países. A mineradora americana Alcoa fez uma oferta hostil da ordem de US$ 27 bilhões (em dinheiro e ações) para a compra da mineradora canadense Alcan. A Alcoa pretende pagar US$ 73,25 por ação, além de assumir US$ 6 bilhões em dívidas da empresa canadense, o que aumenta o preço para US$ 33 bilhões.
A oferta de 58,6 dólares em dinheiro e 0,4108 ação ordinária da Alcoa representa um ágio de 32% sobre o preço médio de fechamento da ação da Alcan na bolsa de Nova York nos últimos 30 dias.
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A Alcoa decidiu fazer a proposta diretamente aos acionistas da Alcan depois que as negociações entre as duas diretorias para uma fusão não obteve êxito. A oferta deve ser formalizada hoje e expira no dia 10 de julho. A união das duas empresas criaria um grupo com receita de US$ 54 bilhões, Ebitda de US$ 9,7 bilhões, 188 mil funcionários e atuação em 67 países. A capacidade de produção seria de 7,8 milhões de toneladas de alumínio e 21,5 milhões anuais de toneladas de alumina (matéria-prima para a fabricação de alumínio).
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A Alcan declarou que o corpo diretivo da empresa está analisando a proposta e recomenda aos acionistas não tomarem uma decisão até os executivos passarem uma recomendação formal sobre o negócio.
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O executivo-chefe de Alcoa, Alain Belda, disse que “nenhuma outra combinação criará tanto valor como esta, que permitirá investir em novos e rentáveis prospectos e explorar novas e mais eficientes formas de produzir alumínio”. A empresa espera vender ativos para responder às inquietações dos órgãos reguladores antimonopólio
Há 42 anos no Brasil, a Alcoa Alumínio, subsidiária da Alcoa, atua em seis estados (Pernambuco, Minas Gerais, Maranhão, Pará, São Paulo e Santa Catarina) incluindo uma nova mina de bauxita, que está sendo instalada em Juruti (PA). A empresa opera as usinas de Barra Grande e Machadinho e participa nos consórcios das hidrelétricas de Estreito, na divisa do Tocantins e Maranhão, e Serra do Facão, entre os estados de Goiás e Minas Gerais.
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Segundo o analista da Brascan Corretora, Rodrigo Ferraz, o negócio é interessante para o setor como um todo, pois quanto mais concentrado o mercado, mais benefícios as empresas tem para regular a produção e formar melhores preços. As ações da Alcan subiram 34,54%, para US$ 82,11 na Bolsa de NY.
Desde o mês de março, a Alcoa é o segundo maior produtor mundial de alumínio, depois de ter superada sua capacidade pela da companhia russa United Company Rusal, nascida da fusão das Rusal e Sual e da suíça Glencore International. A Rusal produz 4 milhões de toneladas métricas de alumínio por ano, mais que as 3,5 milhões da Alcoa. Apesar disso, a empresa americana é a maior do setor em vendas e, se comprar a Alcan, passará a ter quase o dobro da produção da rival russa.
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A Alcoa espera que a fusão gere economias de US 1 bilhão em três anos e calcula que a produção subirá para 7,8 milhões de toneladas. Analistas apostam que a Alcoa aumentará a oferta para convencer os acionistas da Alcan.
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A oferta pela Alcan segue a decisão da Alcoa de estudar a possível venda da Reynolds, divisão de produtos de armazenamento de alimentos, assim como os negócios de componentes elétricos, que têm vendas de US 4,8 bilhões anuais. A venda é parte da estratégia de concentrar as operações na produção de alumínio. Só nos últimos quatros anos, o metal duplicou seu valor, com forte aumento da demanda em nível mundial. A mineradora americana espera financiar a compra da Alcan com uma linha de crédito do Citigroup e da Goldman Sachs.(Gustavo Viana e agências)
Gazeta Mercantil