Lucro recorde em 2006 permite que Paranapanema pague debenturistas
16/04/07
Vera Saavedra Durão16/04/2007
A Paranapanema S/A, holding da área de não ferrosos, registrou lucro recorde de R$ 313,5 milhões em 2006 e, com seu caixa reforçado, começa a pagar dentro de 30 dias a primeira parcela de R$ 200 milhões de uma dívida de R$ 1,2 bilhão com seus debenturistas. Os credores são os fundos de pensão Previ, Sistel, Aerus, Petros, controladores da companhia e o BNDES.
O pagamento está previsto no plano de reestruturação societária e financeira do grupo, que determina que na mesma data outros R$ 200 milhões sejam convertidos em ações da companhia. O modelo de reestruturação desenhado pelo UBS Pactual, fixa que a cada debênture paga, uma será convertido em ações da companhia. Ou seja, R$ 600 milhões serão pagos e R$ 600 milhões serão convertidos.
Em junho, a Paranapanema faz um “road show” preparando o mercado para a oferta de ações de sua emissão de R$ 400 milhões. A operação deverá acontecer no segundo semestre. O dinheiro captado será usado para pagar os acionistas. Na mesma ocasião, serão convertidos outros R$ 400 milhões. Isto zera a dívida da holding.
A oferta será feita no Brasil e exterior, com o preço do papel fixado pelo modelo “bookbuilding”. Simultaneamente, a Paranapanema vai entrar no Novo Mercado da Bovespa. A companhia já começou a conversar com os minoritários sobre a relação de troca entre ordinárias e preferenciais.
O caixa da empresa será usado para o pagamento da primeira parcela de R$ 200 milhões aos debenturistas. E parte destes recursos virão do bom resultado obtido em 2006, divulgado sexta-feira no site da Bovespa. Além do lucro recorde de R$ 313,5 milhões, depois de amargar um prejuízo de R$ 20,5 milhões em 2005. A receita bruta também foi a maior da história da Paranapanema, somando R$ 4,8 bilhões, dos quais R$ 3,7 bilhões faturados pela Caraíba Metais, a principal controlada do grupo dentre as quatro subsidiárias integrais (mais Eluma, Cibrafértil e Mamoré Taboca). O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (lajida) atingiu R$ 600 milhões.
A boa performance da mineradora foi favorecida pela alta das commodities minerais e metálicas, que estimulou produção e exportação recordes de Caraíba e Eluma, que fazem derivados de cobre.
A Caraíba , que fabrica cobre eletrolítico e ácido sulfúrico, colocou no mercado no período 228.500 toneladas de cobre e 600 mil toneladas de ácido sulfúrico, a maior parte exportada para os Estados Unidos e a Europa. E, pela primeira vez, conseguiu vender 7 mil toneladas de seus produtos ao mercado chinês.
A Eluma, que fabrica tubos, laminados, arames e conexões de cobre, fechou vendas de 58.016 toneladas. A Cibrafértil teve desempenho fraco por causa da crise agrícola, mas vem recuperando os negócios neste primeiro trimestre, com a retomada da agricultura.
Já a Mamoré Taboca, produtora de estanho, acabou 2006 no vermelho. A empresa comercializou 5.708 toneladas de estanho em 2006. Em 2007, deve produzir 10.700 toneladas do metal, cujo preço teve alta expressiva neste ano em Londres, pois entra em operação plena o projeto Rocha Sã, no qual a Paranapanema investiu R$ 144 milhões. O projeto prevê a retirada do estanho em mina a céu aberto e não em aluvião.
Valor Econômico