Ritmo acelerado leva máquina para mineração a crescer 15%
13/04/07
A disparada na produção das mineradoras no primeiro trimestre está impulsionando a venda de máquinas e equipamentos para o setor, que deve crescer até 15% este ano. Fabricantes como a Volvo Construction Equipment do Brasil e a Case Construction registraram aumento de 5% nos pedidos em carteira nos primeiros meses do ano e prevêem ampliações de capacidade produtiva para conseguir atender à demanda.
Comparando-se as previsões do segmento com a expectativa de todo o setor de bens de capital, os fabricantes de máquinas para mineração estão otimistas. Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o setor deve ter, em 2007, crescimento próximo ao ritmo da economia do País, cerca de 4%, o mesmo registrado no primeiro bimestre desse ano.
O primeiro trimestre já aponta o crescimento da demanda de bens de capital pelo segmento da mineração, cuja produção teve elevação de 15% no período. Segundo Paulo Camillo Penna, presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), os pedidos de equipamentos, como locomotivas e carregadeiras, que antes eram entregues em seis meses, agora chegam a demorar dois anos. ?Houve um boom mineral no Brasil e no mundo e as empresas não estavam preparadas para suprir a demanda?, afirma.
?A mineração já é a protagonista da balança comercial do Brasil?, diz Penna. A produção deve chegar a US$ 110 bilhões em 2007 e as exportações, principalmente para China, Coréia, Japão e Estados Unidos, devem movimentar US$ 12,3 bilhões. Dessa maneira, a participação da mineração no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro atingiria 6%, acréscimo de 10% em relação a 2006. Até 2011, serão investidos US$ 28 bilhões em mineração no País.
Para reagir a esse quadro de aceleração, os fabricantes de máquinas para o setor estão buscando soluções dentro de suas empresas. De acordo com Penna, a indústria de máquinas e equipamentos está investindo no desenvolvimento de tecnologia e em futuras ampliações de capacidade produtiva de suas fábricas, que hoje operam quase a plena carga. ?O mercado para mineração é muito promissor, mas é preciso que aconteça um reposicionamento do setor?, conclui.
Aceleração dos pedidos
A Volvo Construction Equipment do Brasil, fabricante de pás-carregadeiras, motoniveladoras, caminhões articulados e escavadeiras, obteve faturamento de R$ 126 milhões em 2006, aumento de 18% em relação ao ano anterior.
Segundo Yoshio Kawakami, presidente da Volvo CE na América Latina, o crescimento das vendas de máquinas e equipamentos está vinculado à mineração. Para 2007, a previsão da empresa é de que a comercialização sofra elevação de cerca de 5%, pois não há capacidade produtiva para que haja um crescimento imediato maior.
?O momento é positivo e de grande expectativa e deve se manter assim pelo menos até o final de 2009?, afirma Kawakami.
A companhia já possui quatro meses de pedidos de máquinas e equipamentos em carteira. A capacidade produtiva da fábrica em Pederneiras (SP) já teve elevação no ano passado, e deve ser novamente ampliada em 2007. Segundo Kawakami, os investimentos previstos são de US$ 10 milhões, mas o valor ainda pode ser revisto para cima. A Volvo também fará o lançamento de uma nova série de carregadeiras.
Desde o segundo semestre do ano passado, a planta da Volvo está produzindo as escavadeiras de esteiras que até então eram trazidas completas da fábrica coreana do grupo. ?Já estamos montando em média oito máquinas por semana, e o projeto é nacionalizar mais componente das escavadeiras esse ano?, diz o executivo.
Embora o foco principal das máquinas e equipamentos fabricados pela Case no Brasil não seja a mineração, a empresa está satisfeita com o desempenho do setor no início do ano. Os pedidos de escavadeira aumentaram 5% em janeiro e fevereiro. A expectativa é de que esse segmento possa crescer dentro da empresa e chegar a 10% do volume produzido pela Case ? hoje representa 5%.Com isso, a empresa foi obrigada a ampliar a capacidade produtiva da planta em Contagem (MG), que agora atua em três turnos. Segundo Roque Reis, diretor comercial, os aportes previstos para 2007 para a reforma da fábrica e a compra de novas ferramentas usadas na fabricação serão de US$ 15 milhões.
DCI