Suape exporta minério de ferro para a Arábia Saudita
05/04/07
Recife, 5 de Abril de 2007 – A Mhag Serviços e Mineração deu início ao embarque de minério de ferro para a Arábia Saudita no complexo industrial e portuário de Suape, num programa que prevê cinco operações formalmente agendadas, equivalentes a um total de 63 mil toneladas. O grupo exportou 15 mil toneladas na primeira partida de minério, registrando uma velocidade operacional de 800 toneladas/hora.
“O embarque consolida um aumento no volume de receitas do porto, chegando a uma média de R$ 350 mil por navio”, informa o vice-presidente executivo de Suape, Sidnei Aires, que acompanhou o embarque com João Poggi Neto, diretor de Gestão Portuária, e Homero Bittencourt, diretor de Planejamento e Urbanismo.
Atualmente a empresa possui cerca de 100 toneladas de minério de ferro estocado na área de processamento da jazida Pico do Bonito, localizada no povoado de Mutamba, em Jucurutu (RN). Aires revela ainda que está armazenada no Porto de Suape uma sobra de 20 mil toneladas da primeira operação de exportação, que aconteceu no segundo semestre do ano passado para a siderúrgica chinesa Hi Xin.
“As exportações terão reinício quando outras 55 mil toneladas forem transportadas até o complexo, complementando o volume de 75 mil toneladas acordado com os chineses”, diz Aires. Com a regularização dos embarques, a expectativa é que as cargas saiam de Suape a cada 45 dias. Com o crescimento da procura pelo minério de ferro, a Mhag pretende ampliar a exploração da mina de Jucurutu, das atuais 100 mil para 600 mil toneladas. A empresa deverá apresentar nos próximos 30 dias um projeto junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a parceiros internacionais, onde solicita o financiamento de até US$ 40 milhões.
“Precisamos ampliar os volumes por conta da atual demanda pelo minério, tanto para melhorar as nossas exportações quanto pelas perspectivas do mercado interno. O Ceará vai receber uma siderúrgica e também existe procura na área de ferro gusa”, afirma o presidente da Mhag, Pio Sacchi.
Sacchi reconhece que a capacidade atual de operação da empresa atende com uma pequena folga o contrato firmado com a chinesa Hi Xin. Essa meta de ampliação se deve também aos planos da Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), que pretende construir um terminal de granéis sólidos a três quilômetros do Terminal Salineiro de Areia Branca. O terminal está orçado em cerca de US$ 120 milhões.
Atualmente, o minério extraído em Jucurutu faz o percurso através de caminhões até a cidade de Juazeirinho (PB). Neste ponto é feito o transbordo para trens da Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), que segue até o Porto de Suape. Um terminal graneleiro no Rio Grande do Norte reduziria em mais de 400 quilômetros a distância percorrida atualmente, e vão diminuir os custos com logística e armazenagem.
“Não pensamos em desistir da operação onde já investimos mais de R$ 20 milhões na construção de um terminal próprio. A entrada no projeto deste terminal, através de uma Parceria Público- Privada (PPP), como proposto pela Codern, garantiria uma rota a mais para escoar nossa produção. Hoje, a Companhia Ferroviária do Nordeste só nos possibilita operar um teto máximo de 200 mil toneladas mensais”, afirma Sacchi.
A previsão é de que o projeto executivo do terminal comece a ser elaborado no segundo semestre deste ano, com capacidade estática de 500 mil toneladas, conta o presidente da Codern, Renato Fernandes.
Para viabilizar a operação de embarque, o governo do Estado e Suape intermediaram um acordo entre o Sindicato dos Estivadores dos Portos de Pernambuco com a Mhag, para a contratação de trabalhadores portuários pela mineradora. “Para viabilizar a operação, foi fechado um acordo de utilização de mão-de-obra avulsa portuária, abrindo nova oportunidade de emprego e renda para a classe trabalhadora. Foram abertos aproximadamente 150 novos postos de trabalho”, diz Sidnei Aires.
(Gazeta Mercantil/Gazeta do Brasil – Pág. 12)(Angelo Castelo Branco)
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